Mercados

Bolsas da Europa registram quinta alta seguida

Mercados foram pressionados por bons indicadores dos Estados Unidos e a manutenção da política monetária na zona do euro


	Bolsa de Milão: na Itália, a Bolsa de Milão teve a maior queda entre os mercados da região, com perdas de 1,75%
 (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

Bolsa de Milão: na Itália, a Bolsa de Milão teve a maior queda entre os mercados da região, com perdas de 1,75% (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 15h20.

São Paulo - Os mercados europeus registraram a quinta sessão consecutiva de queda nesta quinta-feira, 5, pressionados por bons indicadores dos Estados Unidos e a manutenção da política monetária na zona do euro.

Os dados positivos da economia norte-americana surpreenderam o mercado e reforçaram a percepção dos investidores de que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, pode iniciar sua retirada de estímulos à economia já na reunião de dezembro. O índice Stoxx Euro 600 fechou em queda de 0,89%, aos 314,41 pontos.

A segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do terceiro trimestre veio muito acima do esperado e os pedidos de auxílio-desemprego apresentaram queda, enquanto os analistas previam alta.

Da Europa, o Banco Central Europeu (BCE), manteve sua taxa de juros inalterada, apesar de o presidente da instituição, Mario Draghi, tenha alertado para o fato de que a inflação pode permanecer baixa por um longo período de tempo.

As bolsas europeias oscilaram em grande parte da sessão, mas se firmaram no terreno negativo pressionadas pelos dados surpreendentemente fortes da economia norte-americana. A economia dos EUA teve expansão mais rápida do que a esperada no terceiro trimestre, com o melhor desempenho desde o primeiro trimestre de 2012. A segunda estimativa mostrou crescimento de 3,6% entre julho e setembro, mais do que a previsão de 3,2%.

Além disso, os pedidos de auxílio-desemprego também vieram em nível melhor do que o esperado, com queda de 23 mil, para 298 mil pedidos. É o melhor nível desde a semana do dia 7 de setembro e contrariou a previsão dos economistas, que esperavam uma alta para 320 mil pedidos.

Esses dois números reforçaram os sinais do começo da semana - com dados fortes da indústria e do mercado de trabalho dos EUA - de que o Fed pode começar a reduzir a compra mensal de bônus durante a reunião dos dias 17 e 18.


O presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart - que não vota no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, em inglês) neste ano, nem em 2014 - lembrou que está chegando o momento do país começar a analisar a redução dos estímulos e disse que seria apropriado discutir a questão nos próximos encontros do Fed.

Após essa forte pressão com os bons resultados dos EUA, os mercados receberam a notícia de que o BCE decidiu manter a taxa básica de juros inalterada em 0,25%, na mínima histórica.

Em entrevista após a decisão, o presidente da instituição, Mario Draghi, alertou sobre a inflação na zona do euro, dizendo que ela pode permanecer longe da meta dos 2% por um longo período. "Nossa diretriz da política monetária continuará a ser acomodatícia durante o tempo que for necessário e, assim, continuará a ajudar a recuperação econômica da região", afirmou Draghi.

Mais cedo, o Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra (BoE) também não alterou sua taxa básica de juros, em 0,5%, assim como o programa de compra de ativos em 375 bilhões de libras. O banco central inglês não emitiu comentários sobre a decisão.

No mercado corporativo, os destaques negativos dos pregões foram os bancos europeus, que repercutiram a fala de Draghi sobre o refinanciamento bancário de longo prazo (LTRO, na sigla em inglês). Ele afirmou que as operações foram justificadas e mostraram sucesso. Entretanto, a autoridade também apresentou uma posição cética sobre a utilidade de uma nova rodada de LTROs.

A Bolsa de Paris fechou na mínima da sessão, com queda de 1,17%, aos 4.099,91 pontos. As ações do BNP Paribas recuaram 1,7%, as do Credit Agricole perderam 1,4% e os papéis do Société Génerale caíram 1,6%.

Em Madri, o índice IBEX terminou com queda de 1,56%, aos 9.084,95 pontos. Entre os destaques negativos estiveram os papéis do Bankinter, que perderam 3,5%, e da gigante do setor de construção civil Sacyr, cujas ações caíram 2,9%.


O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, recuou 0,6% aos 9.084,95 pontos. As ações do Commerzbank perderam 2,1% e os papéis da Daimler caíram 1,8%. O Deutsche Bank também foi um dos destaques negativos da sessão e as ações recuaram 1,7%, seguindo as repercussões do anúncio de reduzir os negócios no setor de commodities. As ações da Merck KGaA lideraram os ganhos e subiram 5%.

Na Itália, a Bolsa de Milão teve a maior queda entre os mercados da região, com perdas de 1,75%, aos 17.993 pontos. Os bancos italianos, assim como em outros países, também fecharam em queda. As ações do Banca Monte dei Paschi di Siena recuaram 3,2%, as do Intesa Sanpaolo perderam 3,4% e os papéis do Unicredit caíram 2,5%. Telecom Itália e Fiat também perderam 2,6% e 3,7%, respectivamente.

Em Londres, as ações do banco Standard Chartered recuaram 1,1% e ajudaram o índice FTSE a fechar em queda de 0,18%, aos 6.498,33 pontos. Já a bolsa de Lisboa caiu 0,84%, aos 6364,40 pontos. Com informações da Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:CACDAXFTSEIndicadores econômicosMercado financeiro

Mais de Mercados

Banco Central anuncia leilão de linha com compromisso de recompra de até US$ 4 bilhões

CEO da Exxon defende que Trump mantenha EUA no Acordo de Paris

Ibovespa fechou em leve queda com incertezas fiscais e ata do Copom

SoftBank volta a registrar lucro trimestral de US$ 7,7 bilhões com recuperação de investimentos