Mercados

Bolsas da Europa fecham em alta com apetite por risco

As ações de empresas que têm relações comerciais com o Irã foram os destaques da sessão


	Bolsa de Madri: segundo traders, boas expectativas geopolíticas no Oriente Médio ajudaram bolsa espanhola a recuperar parte dos 500 pontos perdidos recentemente
 (Cristina Quicler/AFP)

Bolsa de Madri: segundo traders, boas expectativas geopolíticas no Oriente Médio ajudaram bolsa espanhola a recuperar parte dos 500 pontos perdidos recentemente (Cristina Quicler/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2013 às 15h33.

São Paulo - O histórico acordo diplomático fechado entre o Irã e as seis potências mundiais deu um fôlego extra para as bolsas europeias terminarem o dia no terreno positivo nesta segunda-feira, 25.

Com a assinatura do pacto temporário, Teerã se compromete a reduzir o ritmo do programa nuclear, com a contrapartida de ter uma redução em parte dos embargos que impediam a compra de produtos iranianos.

As ações de empresas que têm relações comerciais com o país do Oriente Médio foram os destaques da sessão. O índice Europe Stoxx 600 encerrou com alta de 0,4%, aos 324,18 pontos.

"Os mercados europeus abriram a semana em alta com a melhora do apetite por risco entre os investidores após o acordo entre o Irã e as potências mundiais", dizem os analistas da corretora ETX Capital em nota aos clientes.

Para Michael Hewson, analista da corretora CMC Markets, há "melhora do sentimento de risco e alívio com o acordo com as autoridades iranianas".

Na madrugada de domingo, o Irã chegou a um histórico acerto temporário com as seis potências globais (EUA, França, Reino Unido, China, Rússia e Alemanha), conhecidas como P5+1.

O país do Oriente Médio se comprometeu, durante os próximos seis meses, a não enriquecer urânio a mais de 5% e a neutralizar todo seu estoque de urânio enriquecido a quase 20%, patamar acima do qual o combustível pode ser usado na produção de armas nucleares. Os iranianos também serão submetidos à supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica.

Em contrapartida, o P5+1 se comprometeu a suspender os bloqueios sobre o ouro e metais preciosos, o setor automobilístico e às exportações petroquímicas do país, o que fornecerá cerca de US$ 1,5 bilhão em receita potencial aos iranianos. Também permitirão que US$ 4,2 bilhões das vendas de petróleo possam ser transferidas em parcelas ao governo do país.

Na Bolsa de Paris, o índice CAC 40 fechou com alta de 0,6%, aos 4.301,97 pontos, com ações de empresas ligadas ao Irã impulsionando os ganhos da sessão. A Peugeot Citroen, por exemplo, é uma das líderes no mercado automobilístico iraniano e suas ações saltaram mais de 5% em reação ao acordo.


Os papéis da Renault subiram 1,4%. A Solva, empresa do setor químico, também foi um dos destaques do pregão, com os papéis em alta de 2,6%. Os bancos terminaram o dia sem direção única. As ações do Société Générale ganharam 2,3% e as do BNP Paribas avançaram 0,5%. Já o Credit Agricole terminou o pregão em queda modesta de 0,1%.

Na Espanha, o destaque foram as ações da IAG, que subiram 2,20% e colaboraram para o índice IBEX fechar em alta de 0,12%, aos 9.689.10 pontos. A empresa aérea teve um dia positivo influenciada pela perspectiva de combustível mais barato após o acordo do Irã.

Segundo traders, as boas expectativas geopolíticas no Oriente Médio ajudaram a bolsa espanhola a recuperar parte dos 500 pontos perdidos recentemente. No setor bancário, o Banco Popular teve perda de 1,8% nas suas ações.

Em contrapartida, as ações das petroleiras Shell e BP caíram em Londres com a perspectiva de que a oferta de petróleo não deve se alterar nos próximos seis meses. As ações tiveram queda de 0,34% e 0,68%, respectivamente. O índice FTSE, no entanto, fechou no terreno positivo, com alta de 0,30%, aos 6.694,62 pontos.

O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, encerrou com ganhos de 0,9%, aos 9.299,95 pontos. O grupo Fresenius Medical Care liderou o pregão com as ações subindo 7%, após a empresa reduzir o pagamento aos prestadores de serviços de diálise. A Diversified, empresa que detém 36% da Fresenius, registrou alta de 3,8% nos papéis.

A Bolsa de Lisboa também fechou o dia no território positivo, com ganhos de 0,15%, aos 6.359,63 pontos. Na contramão, o índice FTSEMIB, de Milão, caiu 0,20%, aos 18.784,30 pontos, pressionado pela aproximação da votação de expulsão do ex-primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi do Senado. Na quarta-feira, parlamentares devem votar a proposta de expulsão de Berlusconi.

Com informações da da Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:CACDAXFTSEIndicadores econômicosMercado financeiro

Mais de Mercados

Venda de títulos por meio do Tesouro Direto será suspensa na terça por conta de greve de servidores

Goldman Sachs rebaixa Azul de compra para neutro e vê incertezas na renegociação de dívida

Ibovespa fecha em leve queda com fiscal no radar; Santos Brasil dispara 16%

Mercados abrem a semana com pessimismo na Europa e China no radar