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Bolsas da Europa caem pelo quarto dia seguido

Pressão negativa foi provocada pela melhora no mercado de trabalho do setor privado norte-americano, que veio acima das expectativas dos analistas


	Bandeira da União Europeia: queda nos mercados ganhou mais força depois que a União Europeia aplicou multa recorde de 1,71 bilhão de euros a oito instituições financeiras
 (John Kolesidis/Reuters)

Bandeira da União Europeia: queda nos mercados ganhou mais força depois que a União Europeia aplicou multa recorde de 1,71 bilhão de euros a oito instituições financeiras (John Kolesidis/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2013 às 16h06.

São Paulo - Os mercados europeus reagiram mais uma vez nesta quarta-feira, 04, à preocupação da redução de estímulos econômicos dos Estados Unidos e fecharam o dia em baixa.

Dessa vez, a pressão negativa foi provocada pela melhora no mercado de trabalho do setor privado norte-americano, que veio acima das expectativas dos analistas e forneceu mais sinais sobre a recuperação econômica dos EUA.

À tarde, entretanto, o ISM de serviços caiu abaixo da previsão e ajudou na desaceleração das perdas nas bolsas da Europa. Os índices de gerente de compras da zona do euro e de vários países da região (PMI, em inglês) tiveram resultados ruins e também influenciaram nas quedas durante o pregão. O índice Stoxx Europe 600 caiu 0,6%, aos 317,24 pontos.

Na zona do euro, o PMI geral caiu para 51,7 em novembro, de 51,9 em outubro, mas permanece acima de 50, o que indica expansão da economia. Na Alemanha e Espanha, as pontuações vieram acima de 50. Por outro lado, a atividade registrou contração na França e Itália que recuaram abaixo de 50. No Reino Unido, o PMI de serviços caiu a 60,0 em novembro, de 62,5 em outubro. Os números mistos demonstram que as economias da zona do euro ainda estão em um estágio de fragilidade.

Um indicador que reforçou este cenário hoje foi as vendas no varejo, que recuaram 0,2% em outubro e contrariou as previsões do mercado. É o segundo mês consecutivo de perdas.

A queda nos mercados ganhou mais força depois que a União Europeia (UE) aplicou uma multa recorde de 1,71 bilhão de euros a oito instituições financeiras, incluindo JPMorgan Chase, Société Générale e Deutsche Bank, por terem conspirado para manipular taxas de referência de juros, a Libor e a Euribor. No mercado corporativo, a maioria dos bancos registrou queda após a decisão da UE.

Mas foi dos Estados Unidos a principal pressão que atingiu os mercados europeus, com a divulgação dos números do mercado de trabalho do setor privado. Foram criados 215 mil empregos em novembro, segundo a ADP, bem acima da previsão de 178 mil novas vagas.

O número indica uma tendência para o relatório mensal sobre o mercado de trabalho do governo norte-americano, que será divulgado na sexta-feira, 06, e sinaliza uma possível redução dos estímulos à economia na reunião do Federal Reserve na reunião da próxima semana.


Em contrapartida, o ISM do setor de serviços dos EUA caiu para 53,9 em novembro, de 55,4 em outubro. Esse resultado abaixo das expectativas ajudou as bolsas da Europa a reduzirem as perdas durante a tarde, equilibrando com a tendência positiva do mercado de trabalho.

Rumores de que a comissão responsável por negociar o orçamento dos Estados Unidos estava se aproximando de um acordo - o que pode evitar uma nova paralisação no governo - ajudou a reduzir a tendência de queda na Europa.

Na Alemanha, o índice DAX caiu 0,9%, aos 9.140,63 pontos. As ações da companhia química BASF recuaram 2,0% e os papéis da HeidelbergCement perderam 1,7%. As ações do Deutsche Bank caíram 1%, após a decisão da UE sobre a multa.

O índice CAC40, da Bolsa de Paris, encerrou com perdas de 0,6%, aos 4.148,52 pontos, seguindo a tendência de uma contração no PMI francês e a especulação sobre os estímulos econômicos norte-americano. As ações da Accor lideraram a sessão de hoje e subiram 3,1% após analistas da USB aumentarem a perspectiva dos ratings da companhia.

As ações da Peugeot ganharam 5,3% depois do Goldman Sachs adicionar a montadora na sua lista de compra. Acompanhando a decisão da UE sobre os bancos, os papéis do Société Genérale caíram 1,0%, os do BNP Paribas recuaram 1,1% e Credit Agricole fecharam em queda de 1,4%.

Em Milão, o índice FTSEMIB caiu apenas 0,3%, aos 18.312,96 pontos, depois de registrar queda de mais de 2% durante a sessão intraday. As ações da Autogrill caíram 3% apesar de sua fornecedora Edizione negar relatos de que está planejando vender 9% de sua participação na companhia. Relatos de venda de ações também fizeram o Banca Monte dei Paschi di Siena recuarem 5,3%. Os papéis da Fiat subiram 1,7%, com um trader apontando a venda de uma participação na Ferrari para financiar a compra da Chrysler.


O índice IBEX35, de Madri, perdeu 0,7%, aos 9.540,5 pontos. As ações do Banco Sabadell também reagiram a multa da UE e caíram 2,5%. A petroleira Repsol teve um dia ruim, fechando com queda de 1,9%. No território positivo, as ações da Arcelor subiram 0,7% e os papéis Inditex ganharam 0,6%.

Na bolsa de Londres, o índice FTSE fechou com queda de 0,34%, aos 6.509,97 pontos. As ações do banco Standard Chartered foram os destaques negativos do pregão e caíram 6,5%, depois que a instituição disse que as perspectivas para o mercado são ruins e que a receita em 2013 terminará quase estável. Os papéis da Tesco recuaram 0,5%, após a rede de supermercados divulgar que as vendas diminuíram no terceiro trimestre.

A bolsa de Lisboa fechou com a maior queda da sessão, recuando 1,2%, aos 6.418,21 pontos.

Amanhã, os mercados devem repercutir o resultado da revisão do atual programa de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e também do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).

Com informações da Dow Jones Newswires.

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