Mercados

Bolsas da Europa caem em reação ao Orçamento dos EUA

Durante a manhã, os mercados subiram impulsionados pela sensação de alívio com o entendimento entre democratas e republicanos para o Orçamento dos EUA


	Banco Central Europeu: sinais recentes de que o BCE não deve adotar novas medidas na política monetária da região influenciaram na queda registrada na sessão
 (Bloomberg)

Banco Central Europeu: sinais recentes de que o BCE não deve adotar novas medidas na política monetária da região influenciaram na queda registrada na sessão (Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2013 às 15h24.

São Paulo - As bolsas europeias encerraram em queda nesta quarta-feira, 11, repercutindo durante toda a sessão o acordo firmado na noite desta terça-feira, 10, entre democratas e republicanos para o Orçamento dos Estados Unidos.

Durante a manhã, os mercados subiram impulsionados pela sensação de alívio com o entendimento entre os dois partidos, o que dá esperanças de uma maior previsibilidade da economia norte-americana até 2015.

Contudo, o acordo fez os investidores aumentarem as preocupações com a redução dos estímulos à economia dos EUA, o que pressionou os mercados de ações. Os sinais recentes de que o Banco Central Europeu (BCE) não deve adotar novas medidas na política monetária da região também influenciaram na queda registrada na sessão de hoje. O índice Stoxx Euro 600 caiu 0,5%, 313,30 pontos.

Após uma longa e incerta negociação, os dois principais partidos dos EUA chegaram a um acordo preliminar para definir alguns dos parâmetros das contas públicas dos próximos dois anos de governo. Segundo o Danske Bank, a Câmara dos Representantes deve votar a medida amanhã e a votação do Senado está programada para a próxima semana.

O acordo estabelece novos limites de gastos para 2014 e 2015, além de restituir alguns do cortes automáticos em programas sociais e militares. De uma forma geral, a decisão permite um aumento nas despesas públicas em um curto prazo e reduz a possibilidade de uma nova paralisação em 2014.

Do ponto de vista econômico, o entendimento resulta em uma redução no risco de reversão do atual ciclo de recuperação da atividade nos EUA. Essa visão ajudou a sustentar uma ligeira alta nos mercados europeus durante as primeiras horas da manhã. Entretanto, os argumentos de que o Fed pode retirar parte dos estímulos na reunião dos dias 17 e 18 de dezembro foram fortalecidas, o que aumentou ainda mais a cautela das bolsas e influenciou na mudança para o terreno negativo durante a sessão.

O mercado ainda repercutiu durante o pregão os discursos de ontem de dois membros do Conselho Executivo do BCE - Benoít Coueré e Józef Makuch - e também do presidente da instituição, Mario Draghi, que afirmaram que os baixos índices de inflação não são indícios de uma síndrome deflacionária.


A Bolsa de Milão fechou na maior queda entre os mercado da região, recuando 1,44%, aos 17.73,96 pontos. Mesmo as notícias de um voto de confiança da Câmara Baixa do Parlamento ao governo de coalizão do primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, não foram suficientes para suavizarem as perdas no mercado italiano.

O índice FTSE, na Bolsa de Londres, fechou na mínima da sessão e caiu 0,24%, aos 6.507,72 pontos. As ações do Royal Bank of Scotland foram os destaques negativos da sessão e caíram 3,32% depois que o diretor financeiro, Nathan Bostock, pedir demissão com apenas 10 semanas de trabalho. Os papéis do Lloyds Banking Group recuaram 1,16% repercutindo a multa de 28 milhões de libras pela Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido por "falhas graves" no pagamento de incentivos à sua equipe de vendas. Já as ações da FirstGroup ganharam 5,34%.

Em Madri, o índice IBEX recuou 0,84%, aos 9.358,70 pontos. A varejista Inditex registrou alta de 1,09% nas ações depois de divulgar os resultados do terceiro trimestre e um aumento de 10% nas vendas das seis primeiras semanas do último trimestre.

Na Alemanha, a Bolsa de Frankfurt perdeu 0,41%, aos 9.077,11 pontos. O índice de preços ao consumidor do país subiu 0,2% em novembro ante outubro e 1,3% na comparação anual, segundo dados finais publicados hoje e em linha com os números preliminares. No mercado corporativo, a editora Axel Springer anunciou que tinha cerca de 150 mil assinantes para a edição online do tablet. Com isso, as ações subiram 2,16%. As companhias K+S e ThysseKrupp's recuaram 1,7% e 1,6%, respectivamente.

Já o índice CAC40, em Paris, operou em alta até minutos antes do fechamento da sessão, mas encerrou com queda de 0,10%, aos 4.086,86 pontos. O destaque positivo da sessão foram as ações da EADS, que subiram 7,5% depois que a companhia reafirmou um retorno sobre vendas de 10% para 2015. Em Lisboa, o índice PSI20 fechou em queda de 0,19%, aos 6461,59 pontos.

Com informações da Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:CACDAXFTSEIndicadores econômicosMercado financeiro

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol