China: o Xangai Composto caiu 2,9% hoje, a 2.687,98 pontos, depois de chegar a recuar 4,6% durante a sessão e atingir nova mínima em 2016 (REUTERS/Stringer)
Da Redação
Publicado em 29 de fevereiro de 2016 às 10h10.
São Paulo - As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta segunda-feira, lideradas pelos mercados chineses, em meio à desvalorização recente do iuane e a decepção com a falta de medidas concretas na reunião de cúpula do G-20.
O Xangai Composto, principal índice acionário da China, caiu 2,9% hoje, a 2.687,98 pontos, depois de chegar a recuar 4,6% durante a sessão e atingir nova mínima em 2016, igualando o nível visto pela última vez em dezembro de 2014.
Em Shenzhen, onde fica um mercado de menor abrangência, o índice local teve baixa ainda mais expressiva, de 5,4%, a 1.643,35 pontos.
A aversão a risco dominou os negócios na região asiática após o banco central chinês (PBoC) orientar sua taxa de paridade diária para o iuane ante o dólar ao menor nível desde 3 de fevereiro.
O ajuste para baixo, o quinto consecutivo, também foi o mais significativo em sete semanas. Como resultado, a moeda chinesa fechou em queda também pela quinta sessão seguida nesta segunda, com o dólar a 6,5471 iuanes.
A atitude do PBoC contrasta com comentários recentes do presidente do BC chinês, Zhou Xiaochuan. Na sexta-feira, no primeiro dia do encontro das 20 maiores economias do mundo - que formam o G-20 0 em Xangai, Zhou havia declarado que "não há base para a persistente depreciação" do iuane.
Na mesma ocasião, Zhou afirmou que há espaço para mais relaxamento monetário, gerando especulação de que Pequim poderia adotar novas medidas de estímulos no fim de semana, o que não se concretizou.
Na manhã desta segunda, no entanto, após o fechamento dos mercados na Ásia, o PBoC anunciou um novo corte de compulsório, de 0,5 ponto porcentual, que entrará em vigor amanhã.
Segundo analistas, os investidores também ficaram decepcionados com a reunião do G-20, que acabou no sábado sem qualquer tipo de "iniciativa coordenada" para estabilizar os mercados financeiros internacionais e impulsionar o crescimento, como chegou-se a especular na semana passada.
"Os investidores se decepcionaram com a falta de boas notícias do G-20, e o iuane voltou a se enfraquecer", comentou o economista-chefe para a China da Reorient Financial Markets, Steve Wang.
Para Wang, existe também um movimento de saída de recursos das bolsas para imóveis, uma vez que os preços de moradias nas grandes cidades chinesas continuam a subir.
"Uma perspectiva econômica nebulosa levou algumas pessoas a vender ações e comprar residências, e muitas ações continuam sobrevalorizadas."
O tom negativo prevaleceu na China, apesar de o PBoC ter feito hoje uma nova injeção de capital no sistema bancário, de 150 bilhões de iuanes líquidos.
Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 1,30%, a 19.111,93 pontos, enquanto em Tóquio, o Nikkei recuou 1%, a 16.026,76 pontos, em Seul, o índice sul-coreano Kospi teve queda moderada, de 0,18%, a 1.916,66 pontos, e em Manila, o filipino PSEi registrou baixa de 1,48%, a 6.671,04 pontos. O mercado em Taiwan não operou hoje devido a um feriado nacional.
Ao longo de fevereiro, o Xangai acumulou desvalorização de 1,8%, ampliando as perdas no ano a 24%, enquanto o Nikkei teve queda de 8,5%, a terceira baixa mensal consecutiva, e o Hang Seng caiu 2,9%, em seu quarto mês negativo seguido.
Na Oceania, a bolsa da Austrália terminou o dia praticamente estável, com alta marginal de 0,02% no S&P/ASX 200, a 4.880,90 pontos, à medida que a queda de ações de grandes bancos contrabalançou ganhos modestos de outros setores.
No mês, o índice australiano perdeu 2,5%, levando a desvalorização desde o começo do ano a 7,8%.