Mercados

Asiáticas fecham sem direção e Sydney avança com mineradoras

O Xangai Composto, principal índice acionário da China, subiu 0,8% hoje, a 2.897,34 pontos, após chegar a avançar 1,3% durante o pregão


	Bolsas: o Xangai Composto, principal índice acionário da China, subiu 0,8% hoje, a 2.897,34 pontos, após chegar a avançar 1,3% durante o pregão
 (seewhatmitchsee/Thinkstock)

Bolsas: o Xangai Composto, principal índice acionário da China, subiu 0,8% hoje, a 2.897,34 pontos, após chegar a avançar 1,3% durante o pregão (seewhatmitchsee/Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de março de 2016 às 08h59.

São Paulo - As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única nesta segunda-feira, com as chinesas impulsionadas pelos planos de Pequim para estimular a economia e o mercado japonês pressionado por realização de lucros e pela menor chance de novos estímulos do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês).

Na Oceania, a bolsa australiana avançou ao maior nível em mais de dois meses, diante do rali recente do minério de ferro.

Em sua quinta sessão positiva consecutiva, o Xangai Composto, principal índice acionário da China, subiu 0,8% hoje, a 2.897,34 pontos, após chegar a avançar 1,3% durante o pregão.

Em Shenzhen, onde fica um mercado chinês de menor abrangência, o índice local teve ganho de 2,0%, a 1.741,65 pontos, apagando a maior parte da desvalorização de 2,9% do pregão anterior.

Os investidores na China buscaram ações de empresas que devem ser mais beneficiadas por políticas que estão sendo apresentadas durante o Congresso Nacional do Povo, uma importante reunião anual do legislativo chinês que teve início no sábado e prosseguirá ainda por vários dias.

Na abertura do encontro, autoridades estabeleceram a meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 6,5% a 7% este ano, menor do que o objetivo de "cerca de 7%" estipulado para 2015. Por outro lado, Pequim também prometeu abrir as indústrias de petróleo e telecomunicações à concorrência privada.

Previsões de que o governo chinês aumentará os investimentos em projetos de infraestrutura, inclusive para a construção de novas ferrovias e estradas, impulsionaram hoje os papéis de mineradoras e de produtores de bens industriais. Em Xangai, as ações da Hainan Mining saltaram 10%, atingindo o limite diário de valorização.

Em Hong Kong, a China Railway Construction subiu 4% e a Maanshan Iron & Steel avançou 3,3%, mas o índice Hang Seng terminou o pregão em leve baixa de 0,1%, a 20.159,72 pontos, influenciada por quedas de mais de 1% de empresas como China Mobile, Power Assets Holdings e Galaxy Entertainment Group.

A tomada de risco na China continental também foi favorecida pela disposição recente do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) de fortalecer o iuane por meio da chamada "taxa de paridade".

A moeda chinesa fechou em alta frente ao dólar pela terceira sessão consecutiva nesta segunda, seguindo orientação do PBoC, que guiou o iuane para cima também pela terceira vez seguida.

Havia ainda expectativa para os últimos números das reservas internacionais da China, que foram divulgados após o fechamento dos mercados chineses.

Dados do PBoC mostraram que as reservas caíram pelo quarto mês consecutivo em fevereiro, mas em ritmo bem mais fraco do que em janeiro, em meio à diminuição da pressão de saídas de capital. No fim do mês passado, as reservas do gigante asiático somavam US$ 3,202 trilhões, com redução de US$ 28,57 bilhões ante janeiro.

Em Tóquio, o Nikkei caiu 0,61%, a 16.911,32 pontos, num movimento de realização de lucros, depois de acumular ganhos por quatro pregões consecutivos e de o presidente do BC japonês (BoJ), Haruhiko Kuroda, declarar que o momento é de observar como a recém-adotada taxa negativa de juros está afetando a economia do país.

O comentário de Kuroda reduz as chances de o BC japonês relaxar ainda mais sua política monetária na reunião da próxima semana, nos dias 14 e 15. No fim de janeiro, o BoJ cortou sua taxa de depósitos, de 0,1% para -0,1%.

Entre bolsas asiáticas menores, a de Taiwan subiu pela sétima sessão consecutiva, com alta de 0,2% no Taiex, a 8.659,55 pontos, enquanto o índice filipino PSEi caiu 0,1% em Manila, a 6.892,69 pontos, e o sul-coreano Kospi teve ligeiro aumento de 0,11% em Seul, a 1.957,87 pontos.

O desempenho misto das asiáticas veio apesar da publicação, na sexta-feira, de novos dados positivos do mercado de trabalho dos EUA, que criou mais empregos do que o esperado em fevereiro e revisou para cima os números dos dois meses anteriores.

Preocupa ainda, no entanto, a fraqueza dos salários no país, que mantém incerta a perspectiva da política de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Na Oceania, a bolsa da Austrália foi beneficiada pela significativa recuperação nos preços do minério de ferro. O S&P/ASX, índice que reúne as empresas mais negociadas em Sydney, avançou 1%, a 5.142,80 pontos, atingindo o maior nível em mais de dois meses.

Destacaram-se no mercado australiano grandes mineradoras, como BHP Billiton (+5%) e Rio Tinto (+3,5%). Já as ações da Fortescue Metals, que tem no minério de ferro a origem de 100% de seus lucros, dispararam 24%, alcançando o patamar mais alto desde o fim de 2014. 

Acompanhe tudo sobre:AçõesÁsiaAustráliabolsas-de-valoresChinaPaíses ricos

Mais de Mercados

Banco do Brasil promove trocas nas lideranças de cinco empresas do conglomerado

Bolsas globais superam desempenho dos EUA nos primeiros seis meses do governo Trump

Ibovespa fecha em queda de 1,61% pressionado por tensões políticas

Dólar fecha em alta de 0,73% após Bolsonaro ser alvo de operação da PF