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Bolsas da Ásia sobem à espera do Fed, mas Xangai cai

O Xangai Composto, principal índice acionário chinês, caiu 0,5% hoje, a 2.735,56 pontos, renovando mínima de fechamento desde dezembro de 2014


	Bolsas: o Xangai Composto, principal índice acionário chinês, caiu 0,5% hoje, a 2.735,56 pontos, renovando mínima de fechamento desde dezembro de 2014
 (Getty Images)

Bolsas: o Xangai Composto, principal índice acionário chinês, caiu 0,5% hoje, a 2.735,56 pontos, renovando mínima de fechamento desde dezembro de 2014 (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2016 às 07h50.

São Paulo - As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta quarta-feira, após a recuperação do petróleo e das ações em Nova York ontem, e à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

Os mercados chineses, no entanto, foram exceção, embora tenham encerrado os negócios com perdas bem menores do que as vistas durante o pregão.

O Xangai Composto, principal índice acionário chinês, caiu 0,5% hoje, a 2.735,56 pontos, renovando mínima de fechamento desde dezembro de 2014. No pior momento da sessão, porém o Xangai chegou a recuar 4%.

Com isso, o Xangai acumula desvalorização de 47% desde o pico que atingiu em junho do ano passado. Em janeiro, as perdas chegam a quase 23%, o que significa que o índice poderá ter a maior queda mensal desde outubro de 2008, quando caiu cerca de 25%.

Em Shenzhen, onde fica um mercado chinês de menor abrangência, o índice local caiu 0,8%, a 1.700,15 pontos.

Além de preocupações com a desaceleração da China e com a desvalorização do iuane, pesou no sentimento dos investidores a notícia de que o lucro industrial chinês teve queda anual de 4,7% em dezembro, o sétimo declínio consecutivo. Em todo o ano de 2015, o lucro industrial encolheu 2,3%, revertendo o aumento de 3,3% verificado no ano anterior.

As perdas em Xangai diminuíram na última hora do pregão, com avanços em blue chips dos setores petrolífero e bancário. Ontem, o petróleo teve ganhos superiores a 3,5% na New York Mercantile Exchange (Nymex) e de mais de 4% na Intercontinental Exchange (ICE).

Alguns investidores continuam especulando também que Pequim poderá anunciar novo corte de compulsórios bancários antes do feriado do ano-novo chinês, que será na segunda semana de fevereiro, mas a aposta nessa hipótese vem perdendo força.

"No curto prazo, (o PBoC) provavelmente vai continuar injetando liquidez no sistema por meio de operações de mercado aberto, em vez de fazer cortes (de compulsório) para evitar que ocorram mais saídas de capital," comentou François Perrin, gestor de fundos do East Capital Asia, em nota a clientes.

Em outras partes da Ásia, os ganhos foram generalizados. Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 1,02%, a 19.052,45 pontos, enquanto em Seul, o índice sul-coreano Kospi registrou alta de 1,4%, a 1.897,87 pontos, o filipino PSEi saltou 3,1% em Manila, a 6.507,22 pontos, e o Taiex avançou apenas 0,3% em Taiwan, a 7.849,83 pontos, após o fechamento misto de empresas ligadas à Apple, que ontem divulgou fraco crescimento da receita no último trimestre.

Os fortes ganhos das bolsas de Nova York ontem - que variaram de 1,09% a 1,78% - e balanços melhores do que o esperado de empresas norte-americanas também contribuíram para a mão compradora na maior parte da região asiática nos negócios desta quarta.

Os investidores na Ásia também aguardam o anúncio de política monetária do Federal Reserve. Embora não haja expectativa de que o Fed volte a elevar juros, como fez no mês passado, o BC norte-americano poderá mostrar uma postura "dovish" (favorável à manutenção de estímulos), diante da turbulência recente nos mercados financeiros globais e a desaceleração da economia mundial. O Fed anuncia sua decisão às 17h (de Brasília).

Na Oceania, por outro lado, a bolsa australiana foi pressionada pela queda nos mercados chineses e pela tendência de fraqueza do petróleo, que voltou a cair hoje.

O S&P/ASX 200, índice que reúne as ações mais negociadas em Sydney, recuou 1,2%, a 4.946,40 pontos. O mercado na Austrália, que ontem não operou devido a um feriado nacional, acumula perdas de 6,6% em janeiro e encaminha-se para registrar sua maior desvalorização no primeiro mês do ano desde 2008. 

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