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Bolsa vê ingresso de R$ 24,8 bi de capital estrangeiro em janeiro

O saldo é uma surpresa positiva, de acordo com especialistas, para um 2022 que começou marcado pela tensão com a corrida presidencial, pela elevação da Selic e pelo desajuste nas contas públicas

Bolsa: Em contraponto a esse cenário que deixa cautelosos até gestores de fundos, os estrangeiros veem alguns atrativos no mercado doméstico (Exame - Germano Lüders) (Germano Lüders/Exame)

Bolsa: Em contraponto a esse cenário que deixa cautelosos até gestores de fundos, os estrangeiros veem alguns atrativos no mercado doméstico (Exame - Germano Lüders) (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de janeiro de 2022 às 08h27.

O estrangeiro decidiu investir - e bastante - na Bolsa brasileira neste início de ano. Só até o dia 26, dado mais recente divulgado pela B3, a entrada líquida de capital foi de R$ 24,847 bilhões, ante R$ 14,547 bilhões em dezembro e equivalente a 35,1% do total de 2021 (R$ 70,758 bilhões). O volume também supera o número de janeiro do ano passado, de R$ 23,556 bilhões.

O saldo é uma surpresa positiva, de acordo com especialistas, para um 2022 que começou marcado pela tensão com a corrida presidencial, pela elevação da Selic a dois dígitos, pelo desajuste nas contas públicas e pelo aperto monetário global.

Em contraponto a esse cenário que deixa cautelosos até gestores de fundos, os estrangeiros veem alguns atrativos no mercado doméstico. Preços melhores na B3 em comparação aos de seus pares emergentes, a liquidez costumeira de início de ano e a busca por empresas de valor são alguns dos pontos citados por analistas para justificar a entrada de capital estrangeiro nos últimos dias.

O empurrão é visto, inclusive, como a justificativa para o Ibovespa sustentar o sinal positivo mesmo enquanto Wall Street sofre baixas com a aversão ao risco nos mercados internacionais.

Alguns dados evidenciam que, aos olhos de investidores dolarizados, o Brasil ficou "barato".

Segundo levantamento da Economatica, o Ibovespa dolarizado sofreu perda de 8,25% em 2021, enquanto o IPyC, índice mexicano, apresentou desvalorização também em dólar de 3,98% no ano. No mesmo período, o S&P 500 e o Dow Jones, ambos em Nova York, caíram, mas bem menos: 1,11% e 2,04%, respectivamente.

"Se acreditarmos que o preço da Bolsa hoje tende a se aproximar da média, podemos dizer que há mais a ganhar estando investido no Brasil do que estando investido na China, por exemplo", diz Victor Natal, estrategista de ações com foco em pessoa física do Itaú BBA.

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