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Bolsa tem leve alta puxada por Vale

Pela primeira vez, papéis da mineradora chegaram a ultrapassar a cotação registrada antes do rompimento da barragem de Brumadinho

Em dia misto no exterior, Ibovespa sobe 0,26% (Paulo Whitaker/Reuters)

Em dia misto no exterior, Ibovespa sobe 0,26% (Paulo Whitaker/Reuters)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 14 de janeiro de 2020 às 18h32.

Última atualização em 14 de janeiro de 2020 às 19h47.

São Paulo - Em meio ao cenário externo misto, o Ibovespa oscilou entre o território positivo e negativo na maior parte do dia, mas terminou o pregão desta terça-feira (14) em alta de 0,26%, em 117.632,40 pontos. Entre as ações com grande peso no índice, as da Vale foram as únicas que se valorizaram. 

Após passar quase todo o período da tarde no vermelho, o Ibovespa só inverteu a direção próximo do encerramento das negociações. Segundo a analista da Terra Investimentos, Sandra Peres, a retomada da pauta sobre privatizações ajudou a impulsionar a Bolsa. Nesta terça, o Ministério da Economia informou que espera se desfazer de 300 ativos, o que deve gerar uma receita de 150 bilhões de reais para o governo.

Na Bolsa, os papéis da mineradora Vale chegaram a ser negociados por 56,35 reais na máxima intradiária e ultrapassam pela primeira vez a cotação de 56,15 reais registrada antes do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho. No entanto, o ativo, fechou abaixo desse patamar, em 55,64 reais, apreciando-se 0,61%.

Nesta terça, as ações da mineradora foram beneficiadas pela notícia de que a empresa negocia a compra da fatia de 45% da Cemig na Aliança Energia, publicada pelo jornal Valor Econômico. Em esclarecimento à CVM, a Vale disse não existir qualquer contrato sobre a aquisição, mas informou que estuda alternativas em linha com a estratégia de se tornar autoprodutora de energia. De acordo com a publicação a fatia da Cemig na Aliança Energia é avaliada em 2 bilhões de reais

Em relatório, analistas do Itaú BBA consideraram a possível compra como positiva por reduzir significativamente os gastos da empresa com energia elétrica e devido ao preço “relativamente baixo” a ser pago pela participação. 

Fora a Vale, nenhuma das ações com participação de mais de 3% no Ibovespa fecharam em alta nesta terça. Os bancos, mais uma vez, pressionaram o índice para baixo. As ações do Bradesco, Banco do Brasil e Santander tiveram respectivas quedas de 0,11%, 0,54% e 1,12%, enquanto os papéis do Itaú fecharam estáveis. Com o crescimento de fintechs e o aumento da competitividade no setor, os bancões vêm enfrentando maior dificuldade na Bolsa. No ano, todos os quatro acumulam queda.

A Petrobras também teve mais um dia negativo na Bolsa, com suas ações ordinárias e preferenciais caindo 0,81% e 1,09%, respectivamente. Em meio à expectativa de venda dos papéis da estatal pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), que deve movimentar 23 bilhões de reais, a Petrobras acumula queda na Bolsa em 2020. No entanto, as expectativas de longo prazo ainda são positivas, devido ao aumento de produção propiciado pelo pré-sal e aos projetos de desinvestimentos em áreas de menor relevância para a empresa. 

Por outro lado, as ações da Via Varejo voltaram a liderar as altas do Ibovespa, se apreciando 5,12% e fechando em 13,35 reais. Analistas do BB Investimentos, em relatório, estimam um crescimento “robusto” para a empresa em 2020 e projetam preço-alvo da ação em 16,90 reais para o fim do ano - ou seja, um potencial de valorização de 26,6%. Em 2019, o ativo teve apreciação de 154,44%. 

No ano passado, a forte alta passou pela melhora das atividades online da Via Varejo desde que a empresa voltou para as mãos de Michael Kein. Na última Black Friday, o canal digital foi responsável pela metade do total das vendas da companhia. Para este ano, o BB Investimentos espera que as ações da empresa sejam impulsionadas pela redução dos custos e do tempo de entrega e pela abertura de novas lojas na região Norte e Nordeste do Brasil. 

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