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Bolsa tem 4ª queda seguida e menor pontuação desde setembro

O mau humor externo contagiou outra vez a Bovespa, com outros mercados afetados por balanços corporativos decepcionantes e renovado temor com Espanha


	Pregão da BM&FBovespa: o Ibovespa encerrou com declínio de 1,72%, aos 57.690,24 pontos
 (Marcel Salim/EXAME.com)

Pregão da BM&FBovespa: o Ibovespa encerrou com declínio de 1,72%, aos 57.690,24 pontos (Marcel Salim/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2012 às 17h21.

São Paulo - Mais uma vez, a Bovespa foi contaminada pelo mau humor externo e registrou a quarta queda seguida nesta terça-feira. As principais Bolsas internacionais foram influenciadas por balanços corporativos decepcionantes. Também voltou a crescer a aversão ao risco devido à Espanha. Mais cedo, o banco central espanhol afirmou que a economia do país se enfraqueceu no terceiro trimestre deste ano. Além disso, na véspera, a agência de classificação de risco Moody''s rebaixou o rating de cinco regiões autônomas espanholas.

Internamente, o balanço do Itaú Unibanco, abaixo do esperado, ajudou a piorar o Ibovespa, que teve apenas 10 empresas em alta das 69 que compõem o indicador. Os principais papéis, Vale e Petrobras, também amargaram perdas.

O Ibovespa encerrou com declínio de 1,72%, aos 57.690,24 pontos - menor pontuação desde 5 de setembro (56.863,91). Na mínima, atingiu 57.388 pontos (-2,24%) e, na máxima, 58.679 pontos (-0,04%). No mês, a queda foi ampliada para 2,51% e, no ano o ganho encolheu para 1,65%. O giro financeiro ficou em R$ 6,906 bilhões. Os dados são preliminares.

Segundo um experiente operador, não há nada de novo. "A Europa continua não dando sinais de melhora e os balanços (corporativos) mostram que a economia ainda está longe de se recuperar. Dá para dizer que a Bolsa caiu no vazio", disse o profissional, observando ainda que o investidor estrangeiro atuou neste pregão na ponta vendedora. "Quando as Bolsas sobem lá fora, nós não subimos, mas quando cai, nós caímos e caímos bem."


As ações PN do Itaú e da holding Itaúsa figuraram entre os destaques de queda do Ibovespa, com recuo de 3,17% e 3,20%, respectivamente. O banco informou um lucro líquido no critério recorrente de R$ 3,412 bilhões no terceiro trimestre, recuo de 13% ante igual trimestre de 2011. O resultado veio em linha com a estimativa média dos analistas consultados pela Agência Estado, que esperavam lucro de R$ 3,428 bilhões.

O Bradesco, que divulgou resultado na segunda-feira, caiu 1,07%. Banco do Brasil perdeu 3,08% e as units do Santander recuaram 1,18%.

Petrobras e Vale acompanharam as commodities e terminaram o dia no vermelho. O papel PN da petroleira caiu 1,96% e o ON cedeu 1,72%. Já a ação ON da mineradora perdeu 2,81% e a PNA deslizou 2,37%.

No exterior, a DuPont e a Xerox anunciaram queda no lucro no terceiro trimestre, enquanto 3M e United Technologies, apesar de aumento no lucro, reduziram as projeções para ganhos no ano. A DuPont também informou que vai cortar 1,5 mil empregos em todo o mundo. As quatro empresas integram do índice Dow Jones.

Também contribuiu para o pessimismo o índice de sentimento das empresas da França, que caiu de 90 em setembro para 85 em outubro, o nível mais baixo em três anos. No começo da tarde, a Eurostat informou que o índice de confiança do consumidor da zona do euro subiu para -25,6 em outubro, de -26,0 em setembro. Nos EUA, o Federal Reserve de Richmond afirmou que o índice de atividade no setor industrial na região caiu para -7 em outubro, de 4 em setembro.

Em Nova York, às 17h16 (horário de Brasília), o índice Dow Jones caía 1,57%, o S&P 500 perdia 1,17% e o Nasdaq recuava 0,57%.

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