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Bolsa sobe com perspectiva de avanço de reformas do governo

Apesar da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, o mercado acredita que o governo tem força para avançar com as reformas

Bovespa: às 11:43 o giro financeiro era de 3,19 bilhões de reais (Germano Lüders/Exame)

Bovespa: às 11:43 o giro financeiro era de 3,19 bilhões de reais (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 15 de setembro de 2017 às 12h12.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista operava no azul nesta sexta-feira, com a percepção de que o governo ainda tem forças para avançar sua agenda de reformas se sobrepondo à cautela após nova denúncia contra o presidente Michel Temer.

Às 11:43, o Ibovespa subia 0,63 por cento, a 75.130 pontos. O giro financeiro era de 3,19 bilhões de reais.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou na noite passada o presidente Temer ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de organização criminosa e obstrução de investigações sob a acusação de liderar um esquema de desvio de recursos, pagamento de propina e outros delitos desde 2006 até os dias de hoje.

"Cabe agora ao Congresso mostrar se a denúncia será capaz de mudar o ritmo de tramitação de reformas. Como a oposição também está citada na denúncia, o efeito entre os políticos é de um pouco mais do mesmo, servindo de moeda de troca para interesses próprios", escreveram analistas da corretora Lerosa Investimentos, em nota a clientes.

No exterior, as atenções estão voltadas para as questões geopolíticas após uma explosão no metrô de Londres, que a polícia britânica está tratando como um ato terrorista, e do lançamento de um míssil pela Coreia do Norte, que ultrapassou o norte do Japão e caiu no Oceano Pacífico, aumentando ainda mais as tensões após o recente teste de Pyongyang de uma poderosa bomba nuclear.

Destaques

- JBS ON avançava 3,14 por cento, engatando o terceiro pregão de ganhos, em meio ao noticiário intenso envolvendo seus executivos e a expectativa pela troca de comando da empresa. Na véspera, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin converteu as prisões temporárias dos executivos da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud em preventivas e deu um prazo de dez dias para que eles se manifestem sobre o pedido do procurador-geral da República de rescisão da delação premiada. Além disso, também como pano de fundo estavam notícias publicadas pela mídia de que bancos de investimentos estão se movimentando para buscar candidatos interessados em comprar a JBS.

- BRASKEM PNA subia 0,9 por cento, após informar na véspera que assinou acordo para encerrar ação coletiva de investidores nos Estados Unidos, que prevê o pagamento pela Braskem de 10 milhões de dólares. Também no radar estava a elevação do preço-alvo para as ações da petroquímica feita pelo UBS, para 49 reais, ante 45 reais.

- VALE ON avançava 0,92 por cento, em movimento de recuperação após acumular queda de 4,65 por cento nos dois pregões anteriores, apesar de nova queda para os contratos futuros do minério de ferro na China.

- USIMINAS PNA ganhava 3,68 por cento, CSN ON tinha alta de 3,95 por cento e GERDAU PN subia 2,26 por cento, apesar da queda nos contratos futuros de aço e minério de ferro na China. Segundo operadores, as ações do setor ganham suporte da perspectiva positiva em relação à agenda de privatizações, o que elevaria investimentos em infraestrutura.

- PETROBRAS PN tinha alta de 0,2 por cento e PETROBRAS ON ganhava 0,26 por cento, em sessão de alguma volatilidade para os preços do petróleo no mercado internacional.

- CESP PNB, que não faz parte do Ibovespa, caía 4,95 por cento, após o governo paulista suspender a privatização da empresa, que opera três hidrelétricas no Estado de São Paulo.

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