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Bolsa recua, mas frigoríficos têm forte valorização com dados da China

JBS subiu 9% e liderou os ganhos do dia diante de perspectivas ainda mais positivas com as exportações para o país asiático

Ibovespa: alta acumulada de 2% abriu espaço para os investidores realizarem lucros. (Cris Faga/Getty Images)

Ibovespa: alta acumulada de 2% abriu espaço para os investidores realizarem lucros. (Cris Faga/Getty Images)

TL

Tais Laporta

Publicado em 25 de novembro de 2019 às 18h29.

Última atualização em 25 de novembro de 2019 às 18h51.

São Paulo - Após oscilar entre altas e baixas, o principal índice de ações da bolsa, o Ibovespa, fechou na contramão dos índices norte-americanos S&P 500 e Nasdaq, que alcançaram novos recordes de pontuação. O indicador da B3 recuou 0,25% nesta segunda-feira (25), na casa dos 108.423 pontos. O dia foi negativo para as ações do setor bancário e a Petrobras, que acompanhou a baixa nos preços do petróleo, mas positivo para a Vale, beneficiada pela valorização do minério de ferro no exterior. 

Por outro lado, as ações das produtoras de carnes JBS, Marfrig e BRF lideraram os ganhos do dia, com fortes saltos ao redor de 9,61%, 5,93% e 5,33%, respectivamente. Números de outubro confirmaram o aumento nas importações de carne pela China, impulsionadas pelo surto de peste suína, o que tem beneficiado diretamente as vendas das empresas brasileiras para o principal mercado consumidor do mundo.

As importações de carne bovina pelo país asiático, normalmente mais caras do que a carne suína, saltaram 63,2% no mês passado na comparação ano a ano. As importações de frango, por sua vez, dispararam 64%.

O mercado também reagiu a comentários de executivos da Minerva durante evento da empresa com investidores e analistas em São Paulo, sobre uma eventual redução ou eliminação de tarifa de importação da China para carnes da América do Sul.

"A carne da América do Sul é taxada. Tem 24% de taxação. Um dos instrumentos que estamos vendo é a redução dos impostos de importação", disse à Reuters o fundador e presidente-executivo da Minerva, Fernando de Queiroz. "Na China, as estatais estão sendo isentas destes impostos de importação. Isto dá a oportunidade única para América do Sul ser mais competitiva".

Otimismo com acordo EUA-China

Após duas semanas seguidas de queda, a bolsa voltou a ter desempenho positivo na semana passada, com uma alta acumulada de 2% que abriu espaço para os investidores realizarem de lucros nesta sessão, enquanto o noticiário sobre as negociações comerciais entre China e EUA avançou.

Nesta segunda-feira, o Global Times, tabloide comandado pelo oficial People's Daily, do Partido Comunista, publicou que China e os Estados Unidos estão muito perto da fase um de um acordo comercial. No fim de semana, a China indicou que buscará aprimorar as proteções para direitos de propriedade intelectual, aumentando os limites para a compensação de violações de direitos.

Para a equipe da XP Investimento,este é um movimento que pode aumentar as chances de um acordo entre as maiores economias do mundo. Ainda no radar, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Robert O'Brien, disse no sábado que um acordo comercial inicial com a China ainda é possível até o final do ano.

Dólar tem novo dia de recorde

O dólar fechou em novo recorde histórico nesta segunda, puxado pelo dia de fortalecimento global da moeda e por renovadas preocupações com as perspectivas de ingresso de recursos ao país. A moeda subiu 0,53%, a 4,2150 reais na venda. Com isso, a cotação superou o recorde anterior para um fechamento, de 4,2061 reais, cravado há exatamente uma semana.

A cotação foi pressionada pelo resultado pior do que o esperado dos dados sobre transações correntes, que ofuscou o otimismo com as negociações entre Estados Unidos e China. O Brasil teve déficit em transações correntes de 7,9 bilhões de dólares em outubro, somando em 12 meses um saldo negativo equivalente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Outros destaques do dia

Sem notícias animadoras há um bom tempo, a operadora de turismo CVC devolveu uma ponta de esperança aos investidores.  As ações da companhia chegaram a subir 4,7%, após ter anunciado um programa de recompra de ações de até aproximadamente 5% do total que circula hoje no mercado. Os papéis ordinários avançaram 0,7%, negociados ao redor de 42 reais.

A expectativa é que a recompra dos papéis ajude na recuperação dos preços da CVC, uma vez que ela pode indicar que a empresa vê o preço como atrativo. As ações da CVC vêm acumulando fortes perdas na bolsa brasileira. Somente em novembro, a ação desvaloriza mais de 16% e, desde o início de janeiro, recuam ao redor de 30%.

A operadora de telecomunicações Oi informou que estuda propor ao seu conselho de Administração o grupamento das ações ordinárias (OIBR3), que têm sido negociadas abaixo de 1 real na bolsa brasileira. O processo consiste em reunir várias ações em uma só, com o objetivo de aumentar o valor do papel. Nesta sessão, a ação ordinária (OIBR3) fechou negociada em 0,97 reais.

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No exterior, o acordo do grupo francês de artigos de luxo LVMH para comprar a joalheria norte-americana Tiffany por 16,2 bilhões de dólares ajudou a elevar as ações europeias para o maior nível em uma semana. As ações da LVMH, dona da marca Louis Vuitton, subiram mais de 2%, para acima de 400 euros, no caminho para seu melhor dia em três semanas. Os papéis da Tiffany negociados em Nova York subiram mais de 6%, negociados em 133 dólares.

Na próxima quinta-feira, as bolsas dos EUA estarão fechadas por ocasião do feriado do Dia de Ação de Graças (Thanksgiving Day) e, na sexta-feira, funcionarão até às 13h (horário de Brasília), o que deve reduzir o volume de negócios.

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