Bovespa: bolsa avança (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)
Reuters
Publicado em 18 de janeiro de 2019 às 10h41.
Última atualização em 18 de janeiro de 2019 às 11h23.
São Paulo - O tom positivo prevalecia na bolsa paulista nesta sexta-feira, com o Ibovespa renovando máximas acima de 96 mil pontos, embalado em perspectivas otimistas sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China, bem como expectativas favoráveis para a proposta de reforma da Previdência no país.
Às 11:10, o principal índice de ações da B3 subia 0,89 por cento, a 96.199,91 pontos. Na máxima até o momento, o Ibovespa chegou a 96.395,98 pontos. O volume financeiro somava 2,75 bilhões de reais.
No exterior, os pregões ainda repercutiam notícia do Wall Street Journal da véspera, de que o governo dos EUA estaria considerando flexibilizar tarifas de importações chinesas, mesmo após a negativa do Departamento do Tesouro.
"Qualquer evidência de que os EUA e a China estejam próximos de um acordo comercial resultará em um movimento sustentado mais alto nos ativos de risco", afirmou o analista Jasper Lawler, chefe de pesquisa no London Capital Group.
Ele ponderou, contudo, que não é a primeira vez que aparecem relatos de alívio nas tensões comerciais, assim, apesar da reação positiva, o mercado deve embutir algum nível de cautela.
Na Europa, o britânico FTSE 100 avançava mais de 1,6 por cento, enquanto, nos EUA, o futuro do S&P 500 tinha elevação de 0,5 por cento. A sessão também era marcada pela alta de commodities como petróleo e minério de ferro.
As tensões comerciais vêm pressionando o ânimo de investidores há meses e representam um obstáculo significativo para o crescimento chinês e a economia global, com preocupações crescentes também sobre o impacto em empresas dos EUA.
Para a equipe da corretora Ágora, o bom humor externo combinado com notícias de que a nova equipe econômica deve defender uma agenda pró mercado em Davos, na Suíça, deve continuar ajudando o Ibovespa se sustentar em níveis recordes.
Na véspera, uma fonte do governo disse que o ministro da Economia irá replicar no Fórum Econômico Mundial os pontos que abordou em seu discurso de posse, sendo a reforma da Previdência o primeiro pilar da agenda econômica do país a ser apresentada.
Uma fonte a par das discussões disse à Reuters na véspera que o texto da Previdência terá um tempo de transição maior que 12 anos, mas inferior aos 20 anos do texto enviado ao Congresso Nacional pelo ex-presidente.
A equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro também analisa restringir o acesso ao abono salarial para poupar recursos públicos, afirmaram três fontes ouvidas pela Reuters nesta quinta-feira.
A sexta-feira também é marcada pelos últimos ajustes antes do vencimento de contratos de opções sobre ações, na segunda-feira, que tem entre as séries mais líquidas papéis com relevante peso no Ibovespa.
- VALE subia 1,9 por cento, alinhada à alta dos preços do minério de ferro na China e de papéis de mineradoras na Europa, em meio a apostas de que Washington e Pequim estão se esforçando para chegar a um acordo comercial.
- PETROBRAS PN subia 1,1 por cento, acompanhando a alta do petróleo no exterior, com o noticiário incluindo que a reguladora ANP aprovou pagamento adicional empresa de 622,5 milhões de reais em subvenção ao diesel fóssil.
- ITAÚ UNIBANCO PN subia 1,2 por cento, recuperando-se de fraqueza recente e endossando a alta do Ibovespa, enquanto BRADESCO PN subia 1,4 por cento. BANCO DO BRASIL subia 0,6 por cento.
- GERDAU PN subia 1,8 por cento, com o noticiário sobre as negociações ligadas ao embate comercial EUA-China dando suporte também a ações de siderúrgicas.
- ELETROBRAS PNB subia 4,1 por cento, tendo no radar anúncio pela elétrica de controle estatal de nova rodada de seu Plano de Demissão Consensual, com o objetivo gerar uma economia anual de 574 milhões de reais.
- GOL PN subia 3,7 por cento, tendo de pano de fundo determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para a retirada de 10 aeronaves Airbus A320 operadas pela rival Avianca Brasil, que está em recuperação judicial.
- SUZANO caía 1,6 por cento, no segundo dia de correção, após alta de mais de 20 por cento nos sete pregões até 16 de janeiro.
- EMBRAER caía 0,64 por cento, ainda afetada pela frustração de agentes financeiros com previsões divulgadas pela fabricante de aviões nesta semana.