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Bolsa fecha em alta e renova recorde acima de 95,5 mil pts

Ibovespa subiu 1,01% com mercado aguardando avanços na Previdência e após EUA retirar tarifas sobre produtos chineses

Investimentos: clientes testam sistemas (Germano Lüders/Exame)

Investimentos: clientes testam sistemas (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 17 de janeiro de 2019 às 18h14.

Última atualização em 17 de janeiro de 2019 às 18h45.

O Ibovespa fechou em alta de mais de 1 por cento nesta quinta-feira, com novo recorde, acima de 95.500 pontos, em movimento guiado pelas ações da Vale, em sessão marcada pela notícia de que os EUA estão discutindo retirar tarifas a produtos chineses e expectativas sobre a reforma da Previdência.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,01 por cento, a 95.351,09 pontos, nova máxima histórica de fechamento. No melhor momento, chegou a 95.681,82 pontos, recorde intradia. O volume financeiro no pregão somou 15,9 bilhões de reais.

Na parte da tarde, o Wall Street Journal publicou que o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, discutiu levantar algumas ou todas as tarifas impostas às importações chinesas e sugeriu oferecer uma reversão tarifária nas reuniões de comércio marcadas para 30 de janeiro.

A notícia animou Wall Street e contaminou o pregão brasileiro, uma vez que a disputa comercial entre Washington e Pequim tem trazido receios quanto aos efeitos no ritmo de crescimento da economia mundial.

Profissionais da área de renda variável também citaram como componente para a melhora da bolsa brasileira notícias de que a equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro, liderada por Paulo Guedes, detalhará a proposta da reforma da Previdência durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, na próxima semana.

"A expectativa era de que Bolsonaro falasse sobre a proposta apenas na volta de Davos. Mas agora há a perspectiva de que Guedes fale durante o Fórum. Com o mercado querendo subir, serve como argumento", disse Frederico Mesnik, sócio-fundador da Trígono Capital.

Uma fonte do governo afirmou nesta quinta-feira que o ministro da Economia irá replicar em Davos os pontos que levantou no seu discurso de posse, sendo a reforma da Previdência o primeiro pilar da agenda econômica brasileira que será apresentada.

"A bolsa melhorou com notícias de que foco do governo em Davos será a reforma da Previdência e privatizações, além da notícia de queda da tarifa de importação", observou Pedro Menezes, membro do comitê de investimento de ações e sócio da Occam Brasil Gestão de Recursos.

Destaques

- VALE subiu 3 por cento, apoiada em expectativas positivas para a mineradora, além do noticiário envolvendo China e EUA. No começo do mês, analistas do BTG Pactual reforçaram a recomendação de compra para os papéis, afirmando que a Vale continua a dominar o mercado de minério de ferro de alta qualidade e é uma das principais beneficiárias da tendência de 'fuga para a qualidade' da indústria.

- PETROBRAS PN avançou 1,37 por cento, na contramão dos preços do petróleo no exterior, que fecharam em queda, tendo no radar notícias como a de que retomará a venda da participação na Transportadora Associada de Gás (TAG). PETROBRAS ON subiu 0,84 por cento.

- LOCALIZA avançou 6,27 por cento, após a empresa de aluguel de veículos e gestão de frota afirmar que está avaliando a possibilidade da realização de uma oferta pública de distribuição primária de ações, mas sem fornecer mais detalhes. O Bradesco BBI elevou a ação para 'outperform'.

- BRF valorizou-se 6,48 por cento, recuperando-se após fechar em queda nos últimos cinco pregões, período em que acumulou declínio de 5,65 por cento.

- ESTÁCIO subiu 6,03 por cento. Em relatório, o Bradesco BBI classificou o papel como 'outperform', dizendo que a empresa está bem posicionada para lidar com os desafios de curto e médio prazos do setor. KROTON, que recebeu recomendação 'neutra', avançou 2,15 por cento.

- EMBRAER caiu 4,79 por cento, ainda pressionada por previsões divulgadas pela companhia na véspera. O Morgan Stanley cortou a recomendação dos ADRs da empresa para 'equal weight', citando perspectiva de recuperação mais lenta nas divisões de defesa e jatos executivos, entre outros.

- SUZANO recuou 2,69 por cento, também corrigindo parte da valorização recente, com alta de mais de 20 por cento nos últimos sete pregões.

- ITAÚ UNIBANCO PN encerrou estável, enquanto BRADESCO PN subiu 0,33 por cento. BANCO DO BRASIL ganhou 0,37 por cento. O Itaú BBA reiterou recomendação 'outperform' para o BB e elevou o preço-alvo para 56 reais por ação, de 48 reais anteriormente.

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