Mercados

Bolsa entra no bear market aos 54.000

O Ibovespa caiu pelo oitavo dia, no mais longo período de perdas em mais de 10 anos

O principal indicador da bolsa brasileira entrou no chamado bear market, após acumular queda de 21 por cento (©AFP / Yasuyoshi Chiba)

O principal indicador da bolsa brasileira entrou no chamado bear market, após acumular queda de 21 por cento (©AFP / Yasuyoshi Chiba)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2012 às 18h14.

São Paulo - O Ibovespa fechou com a oitava sessão consecutiva de perda, maior ciclo de quedas desde setembro de 2001, e entrou no chamado bear market, em queda de mais de 20 por cento frente ao pico mais recente.

O dólar reverteu a segunda baixa seguida e fechou acima de R$ 2 pelo terceiro dia consecutivo. Os juros futuros viraram para queda nos contratos mais negociados com a crise externa compensando dado que mostrou alta das vendas no varejo.

Veja o fechamento dos principais indicadores de mercado:

Ibovespa: -3,31%, para 54.038,20 pontos
IBX 100 -2,92%, para 19.203,64 pontos
BM&FBovespa Small Cap -3,74%, para 1.289,22 pontos
DI Janeiro 2013: estável em 7,79%
DI Janeiro 2014: -3 pontos-base, para 8,18%
Dólar: +0,39%, para R$ 2,0087
S&P 500: -1,51%, para 1.304,86 pontos
Nasdaq: -2,10%, para 2.813,69 pontos
Dow Jones: -1,24%, para 12.442,49 pontos

Internacional: Ações caem com receio sobre Espanha, dado nos EUA

As bolsas americanas fecharam em queda com especulações de que bancos da Espanha poderiam ter suas notas de crédito rebaixadas, o que se confirmou após o encerramento dos pregões de Nova York, e após dado de atividade registrar queda nos Estados Unidos.


A Moody’s Investors Service anunciou corte da nota de crédito de 16 bancos espanhóis hoje, disse a agência de classificação de risco. A Espanha vendeu títulos de dívida com juros maiores em leilão hoje. Relatório divulgado pelo Federal Reserve de Filadélfia nos EUA mostrou que a atividade caiu para -5,8 em maio, ante estimativa mediana de alta para 10,0.
O Banco Central Europeu disse que vai parar temporariamente de emprestar para alguns bancos gregos para limitar seus riscos, enquanto o presidente da autoridade monetária, Mario Draghi, disse que o banco não vai comprometer princípios para manter a Grécia na Região do Euro.

Bolsa: Ibovespa tem 8ª queda com agravamento de crise europeia

O Ibovespa caiu pelo oitavo dia, no mais longo período de perdas em mais de 10 anos, com o aumento dos custos de financiamento da Espanha reacendendo os receios de contágio da crise grega na região europeia.

O principal indicador da bolsa brasileira entrou no chamado bear market, após acumular queda de 21 por cento desde a máxima recente do mercado de alta, registrada em 13 de março.

Os papéis de Petróleo Brasileiro SA e Vale SA foram os que mais pressionaram para queda. Dos 68 papéis do Ibovespa, apenas três fecharam em alta: MRV Engenharia e Participações SA, CCR SA e Gol Linhas Aéreas Inteligentes SA.

“A situação na Europa é cada vez pior, e o problema não é só com a Grécia, como mostram os leilões da Espanha”, disse Rogério Freitas, sócio da Teórica Investimentos, em entrevista por telefone do Rio de Janeiro. “No mundo todo, o que se vê são economias estagnando e países com muitos problemas de endividamento. A bolsa ainda não chegou ao fundo do poço.”

Juros: DI vira e cai com crise externa compensando dado

Os juros nos mercados futuros viraram para queda nos contratos mais negociados, voltando a registrar novas mínimas históricas com as especulações de que o agravamento da crise na Europa pode abrir espaço para o Banco Central aprofundar o corte da taxa Selic para menos de 8 por cento.



O cenário externo contrabalança o efeito de dado que mostrou alta das vendas no varejo no Brasil.
“O cenário externo piorou bastante”, disse Solange Srour, economista-chefe do BNY Mellon ARX, em entrevista por telefone do Rio de Janeiro. “O BC já sinalizou que pode mudar de ideia de acordo com o cenário”, mesmo depois de ter afirmado na ata do Comitê de Política Monetária que novos cortes da Selic poderiam ser feitos com parcimônia, disse Solange.

As vendas no varejo cresceram 0,2 por cento em março sobre fevereiro, após resultado revisado do mês anterior de queda de 0,5 por cento para estabilidade. Estimativa mediana em pesquisa Bloomberg apontava alta de 0,3 por cento. Em termos anuais, a alta foi de 12,5 por cento, acima do estimado.

O BC passará a identificar os votos de cada integrante do Comitê de Política Monetária nas decisões sobre os juros, um movimento que o Goldman Sachs Group Inc. avalia que poderá inibir os membros de irem contra o desejo da presidente Dilma Rousseff de baixar juros.

Câmbio: Dólar vira para alta e volta a fechar acima de R$ 2

O dólar voltou a subir e fechou acima de R$ 2 pelo terceiro dia consecutivo, com os sinais de agravamento da crise europeia levando os investidores a apostarem na depreciação do real.

“O mercado continua muito volátil”, disse Hideaki Iha, operador da Fair Corretora de Câmbio e Valores, em entrevista por telefone de São Paulo.

“Os problemas estão pegando fogo na Grécia, e a Espanha também está com problemas, mas o dólar está neste nível por causa das ações do governo.”

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