Bolsa: Ibovespa volta a subir depois de seis quedas consecutivas (d3sign/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 13 de janeiro de 2020 às 18h19.
Última atualização em 13 de janeiro de 2020 às 19h15.
São Paulo - Em um sinal de alívio, a bolsa brasileira voltou a registrar alta, após seis pregões consecutivos de queda. Nesta segunda-feira (13), o Ibovespa subiu 1,58% e encerrou em 117.325,28 pontos. A recuperação, no entanto, chegou com certo atraso. Na última semana, a distensão da relação Estados Unidos-Irã já havia puxado para cima índices internacionais - o americano S&P 500, inclusive, chegou a bater recorde -, mas, aqui, a bolsa caiu 1,87%.
Nesta semana, os negócios na Bolsa tendem a ir melhor tendo no radar a assinatura da primeira fase do acordo comercial entre China e Estados Unidos, marcada para quarta-feira (15). “Essa questão da guerra comercial não tem como ficar totalmente precificada. Dessa vez, parece que vai [assinar], mas tem sempre o risco”, disse Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos. Segundo ele, o otimismo sobre o IBC-Br de novembro também pode ajudar o mercado. Conhecido como prévia do PIB (Produto Interno Bruto), o dado econômico será divulgado na quinta-feira (16).
Com as expectativas de que os dados voltem a mostrar a economia interna sendo puxada pelo consumo, Esteter disse que alguns investidores se anteciparam comprando ações de varejistas. No pregão desta segunda-feira, o setor apresentou fortes valorizações, com os papéis da Magazine Luiza, B2W, Renner e Arezzo subindo 4,69%, 3,58%, 2,17% e 3,19%, respectivamente. Já as ações da Via Varejo subiram 8,55% e lideraram as altas do Ibovespa.
Entre as empresas com maior peso no índice, o destaque foi a Vale que registrou valorização de 3,64% na Bolsa e teve grande contribuição para pôr fim à sequência de baixas. “O minério de ferro subiu 2,14% e ajudou a valorizar os papéis da mineradora”, disse Pedro Galdi, analista da Mirae Asset. Atualmente, o papel da Vale (VALE3) é o que possui maior participação no Ibovespa, ocupando 8,261% da carteira.
Apesar da maior representatividade da Vale, o setor como um todo teve bom desempenho, com as principais empresas se apreciando mais de 4% na Bolsa. Nesta segunda, as ações da CSN subiram 6,05%, enquanto a Gerdau e a Usiminas tiveram respectivas altas de 4,73% e 4,38%.
Além da valorização da commodity, Luis Sales, analista da Guide Investimentos, atribui à balança comercial a forte valorização das siderúrgicas. Nesta segunda, a Secretaria de Comércio Exterior, ligada ao Ministério da Economia, mostrou que nas duas primeiras semanas de janeiro, o Brasil exportou 519 mil toneladas de aço - quantia classificada como “robusta” pelo analista. "Na média dos últimos meses completos a exportação de aço é na casa das 700 mil toneladas. Então a gente já vê um volume de 80% do que foi exportado nos últimos meses - isso demonstra que está um cenário aparentemente positivo", disse.