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Bolsa deve chegar perto do maior nível histórico em 2017

Morgan Stanley acredita que o Ibovespa chegue a 72.000 pontos em cenário de reformas estruturais no país; outros bancos estão otimistas


	Gráfico de ações e moedas: Bolsa deve continuar subindo
 (Thinkstock)

Gráfico de ações e moedas: Bolsa deve continuar subindo (Thinkstock)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 15 de março de 2016 às 10h23.

São Paulo - O rali da Bolsa brasileira em 2016, motivado por especulações em torno de uma possível troca de governo, pode levar o Ibovespa para perto de seu maior patamar histórico.

Essa é a avaliação de bancos e corretoras, que condicionam suas apostas a significativas mudanças na condução da política econômica nacional.

Depois de cair três anos seguidos, o principal índice acionário do país já subiu 12,7% em 2016. Entre 2013 e 2015, a baixa acumulada pelo Ibovespa foi de 28,9%.

Para a equipe de análise do Morgan Stanley, chefiada por Guilherme Paiva, o Ibovespa teria sua decolagem garantida em 2017 apenas em um cenário de políticas macroeconômicas ortodoxas e reformas estruturais.

O índice poderia chegar aos 72.000 pontos, segundo o banco americano. Atualmente, o Ibovespa está na casa dos 49.000 pontos, configurando um potencial de valorização de cerca de 47%.

Para se ter uma ideia de quão otimista é a projeção do Morgan Stanley, o maior patamar da história já registrado pelo Ibovespa foi de 73.516 pontos, em 20 maio de 2008.

“Nossas ações preferidas voltadas ao cenário doméstico do Brasil são BB Seguridade (BBSE3), BR Malls (BRML3) e Kroton (KROT3)”, disse Paiva.

Também otimista, o Bradesco BBI acredita que o rali do impeachment deve levar o Ibovespa para o intervalo entre 57.000 pontos e 60.000 pontos.

Em relatório enviado a clientes no último domingo (13), os analistas Daniel Altman, Rafael Frade e Bruno Arruda afirmam que sua expectativa depende de reformas estruturais no Brasil e melhora em fatores de risco globais.

O índice, segundo eles, é negociado hoje a cerca de 12,8 vezes o lucro esperado para o período de 12 meses ---20% acima da média dos últimos cinco anos.

FLUXO EXTERNO

Os estrategistas do BTG Pactual acreditam que as recentes especulações políticas no Brasil devem continuar atraindo fluxo de capital externo para o país.

“Se as alocações retornarem aos níveis observados em outubro de 2014, pouco antes das eleições presidenciais, os fluxos para as ações brasileiras poderiam ser expressivos”, disse a equipe chefiada por Carlos Sequeira.

Para o banco, o fluxo adicional poderia chegar a R$ 140 bilhões, o que sustentaria a tendência positiva do Ibovespa. Sequeira cita que os protestos contra a Dilma Rousseff no último domingo deram força ao processo de impeachment da presidente.

Em linha, o economista-chefe da Gradual Investimentos André Perfeito ressaltou que as manifestações em todo o Brasil ampliaram a chance de interrupção do mandato de Dilma, mas alertou que é preciso cautela.

“Se de um lado a mudança de comando soa como música para muitos, a realidade econômica recessiva ainda vai dar as cartas no curto prazo. (...) Estamos em plena temporada de balanços das empresas listadas e não há motivo para muitas comemorações”, disse.

“A saída de Dilma não será a solução, ainda temos um longo caminho a percorrer. Só não vá com tudo, numa estrada sinuosa como essa melhor que acelerador é ter freio bom”, completou.

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