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Bolsa cai quase 2% e volta ao menor nível em mais de 1 mês

Ibovespa voltou aos 100 mil pontos em dias de ruídos negativos; ações ligadas a commodities e bancos pesaram

Principal índice da B3 recuou 1,93%, a 100.572 pontos. (d3sign/Getty Images)

Principal índice da B3 recuou 1,93%, a 100.572 pontos. (d3sign/Getty Images)

TL

Tais Laporta

Publicado em 7 de outubro de 2019 às 17h43.

Última atualização em 7 de outubro de 2019 às 18h11.

Uma série de ruídos negativos ditou a fraqueza da bolsa nesta segunda-feira (7) e derrubou o Ibovespa de volta aos 100 mil pontos. Tendo a cautela como palavra de ordem, os investidores preferiram evitar o risco diante de notícias desfavoráveis sobre a tensão global entre Estados Unidos e China, mais uma vez. Rumores, logo desmentidos, sobre a possível saída do ministro da Economia, Paulo Guedes, após a aprovação das reformas, deixaram as ações mais voláteis.

O principal índice da B3 recuou 1,93%, a 100.572 pontos, empurrado pelo setor bancário no final do dia e seguindo o desempenho ruim do S&P 500, em dia negativo para Wall Street. Foi o menor nível de fechamento do Ibovespa desde 3 de setembro. No mês de outubro, a Bolsa acumula desvalorização de 3,98%.

Nem mesmo o Bradesco conseguiu sustentar a alta de suas ações vista mais cedo, contribuindo para pressionar o Ibovespa. O banco anunciou que fará o pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas, uma "grata surpresa" na definição de investidores. O papel preferencial (o mais negociado) chegou a subir mais de 1% pela manhã, mas perdeu força e fechou em baixa de cerca de 0,6%.

Raia Drogasil foi o único papel do índice que terminou o dia no azul. A ação ordinária do Banco do Brasil caiu 3,95%, em meio a uma oferta secundária de ações. No setor, Itaú Unibanco recuou 1,85%, BTG Pactual cedeu 2,18% e Santander caiu 2,24%.

As ações ligadas a commodities descolaram dos preços internacionais e contribuíram para o mau desempenho da bolsa. A mineradora Vale desvalorizou 1,18%, descolada do movimento mais positivo de mineradoras no exterior. Já a Petrobras caiu 1,28% e 1,56% nas preferenciais e ordinárias, respectivamente, apesar da alta do petróleo no mercado externo.

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Rumores sobre Guedes abalaram o mercado

No início da tarde, a queda das ações se intensificou após uma notícia publicada pelo Diário da Amazônia dando conta de que o ministro Paulo Guedes deve deixar o governo em fevereiro, após a aprovação das reformas fiscais. A notícia foi desmentida por fontes do governo, segundo a Reuters, mas o ruído levou volatilidade à bolsa brasileira.

Dados disponibilizados pela B3 mostraram que houve uma saída líquida de mais de 4,38 bilhões de reais do segmento Bovespa nos três primeiros pregões de outubro, reforçando o viés mais cauteloso no mercado secundário de ações no Brasil (aquele que não inclui ofertas iniciais e primárias).

Ceticismo com o acordo EUA-China

No exterior, uma reportagem de que Pequim estaria cada vez mais relutante a aceitar um acordo comercial buscado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, minou a confiança de investidores a poucos dias de nova rodada de conversas, marcada para quinta-feira. Sinais contraditórios sobre o tom das conversas elevou os receios com a desaceleração da economia global.

"Existe grande incerteza em torno do resultado das conversas e os mercados deverão agir prontamente a qualquer novo desenvolvimento", afirmou a Guide Investimentos em relatório. "A expectativa que predomina é de mais uma semana de volatilidade ... principalmente após dados de atividade terem decepcionado na semana passada e reforçado efeitos negativos do embate sobre a economia americana".

Após o fechamento do pregão, Trump disse que há boa possibilidade de acordo comercial com a China, No entanto, uma apuração feita pela Reuters mostrou que o Departamento Comercial dos EUA vai indicar 28 entidades comerciais e do governo da China em uma lista negra comercial. O departamento confirmou a informação.

Dólar sobe mais de 1% e fecha a R$ 4,10

O dólar encerrou em alta contra o real nesta segunda-feira, em dia de maior aversão a ativos de risco no exterior. O mercado monitorou o aumento das incertezas em torno das negociações comerciais EUA-China.

A moeda norte-americana fechou em 4,1045 reais, com valorização de 1,15%, maior alta desde 19 de setembro. Na máxima intradia, o dólar chegou a tocar 4,1081 reais na venda.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em queda pelo terceiro pregão consecutivo, recuando 0,79%, a 4,0569 reais na venda.

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