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Bolsa cai ao menor nível em quase 1 mês, empurrada por Vale e bancos

Com revés na Previdência e preocupação no exterior, blue chips derrubaram índice para os 101 mil pontos

Setor bancário exerceu a maior pressão de baixa sobre a bolsa. (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Setor bancário exerceu a maior pressão de baixa sobre a bolsa. (Patricia Monteiro/Bloomberg)

TL

Tais Laporta

Publicado em 2 de outubro de 2019 às 17h32.

Última atualização em 2 de outubro de 2019 às 18h15.

São Paulo - Vítima de uma sucessão de notícias desfavoráveis, a bolsa brasileira teve sua pior queda diária em 6 semanas nesta quarta-feira (2). A intensa desvalorização dos bancos, Vale e Petrobras derrubou o principal índice de ações da B3 para a casa dos 101 mil pontos. Com isso, o mercado de ações mostra um começo de outubro instável, na contramão de expectativas mais otimistas.

Após cair com mais força no final da sessão, o Ibovespa fechou em forte baixa de 2,90%, aos 101.031 pontos, menor nível em quase um mês (desde o dia 3 de setembro, quando a bolsa fechou aos 99.680 pontos. Foi o maior tombo diário desde o dia 14 de agosto, quando o indicador retrocedeu 2,94%.

Senadores aprovaram o texto-base da PEC da reforma da Previdência em primeiro turno, mas deram aval a um destaque que derrubou novas regras mais rígidas sobre o abono salarial. Isso representou um revés para o governo ao reduzir a economia prevista com a reforma em torno de 200 bilhões de reais em 10 anos.

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Após a produção industrial dos EUA decepcionar, hoje foi a vez dos dados ruins de emprego reacenderem o alerta para o risco de recessão. Os empregadores criaram 135 mil postos de trabalho no país em setembro. Economistas consultados pela Reuters previam a criação de 140 mil vagas.

Com isso, as bolsas de Wall Street fecharam em forte baixa. O Dow Jones fechou em baixa de 1,86%, a 26.078,82 pontos. O S&P 500 cedeu 1,79%, a 2.887,66 pontos, enquanto o Nasdaq Composto recuou 1,56%, para 7.785,25 pontos.

"A maior preocupação no momento é que o fraco desempenho da indústria contamine o setor de serviços, principal componente da economia mundial", destacou a Guide Investimentos em relatório a clientes.

Por esta razão, espera-se mais cautela nos próximos dias. Os investidores ficarão à espera da divulgação dos dados de emprego (payroll) de setembro nos EUA na sexta-feira e o encontro que tentará um acordo de paz entre Estados Unidos e China.

À Reuters, o analista Filipe Villegas, da Genial Investimentos, afirmou que as fortes perdas nas bolsas refletiram uma visão mais conservadora de investidores que estão colocando na conta riscos de uma mudança no ciclo econômico. "Todo mundo está em momento observação, de adotar postura mais conservadora, levando em consideração que cada vez mais há dados que evidenciam essa mudança de ciclo".

Tombo das blue chips contamina bolsa

A mineradora Vale liderou as baixas da sessão com tombo de 5,47%, diante de preocupações com a economia mundial e, por efeito, com a demanda por commodities. As siderúrgicas também sofreram: CSN caiu 3,4%, Gerdau perdeu 3,3% e Usiminas, 4,45%. A estatal Petrobras recuou 2,87%, contaminada pela venda generalizada na bolsa paulista, além da fraqueza dos preços do petróleo no mercado externo.

Com forte peso, o setor bancário exerceu a maior pressão de baixa sobre a bolsa. As ações de Bradesco e Itaú (PN) perderam ao redor de 3,92% e 2,75%, respectivamente. No radar, uma reportagem do "Uol" citou que investigadores da Lava Jato apuram se os grandes bancos citados na operação também são responsáveis por crimes de lavagem de dinheiro. Banco do Brasil recuou 3,40% e Santander, 3,04%.

Dólar tem maior queda em 3 semanas

O dólar registrou a maior queda em três semanas frente ao real. Investidores desmontaram as apostas na alta da moeda norte-americana, num dia de fraqueza global após dados nos Estados Unidos reforçarem expectativas de cortes de juros no país. O alívio se deu também em razão da conclusão da reforma em primeiro turno no Senado.

A moeda caiu 0,67%, a 4,1344 reais na venda. É a maior baixa diária para um fechamento desde o dia 11 de setembro, quando o dólar cedeu 0,76% contra a moeda brasileira.

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