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Bolsa brasileira dispara no exterior após eleições; Petrobras e Sabesp são destaques de alta

Desempenho da direita, acima do projetado por pequisas de intenção de voto, gera expectativa por privatização e mais responsabilidade fiscal

 (Jesada Wongsa/Getty Images)

(Jesada Wongsa/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 3 de outubro de 2022 às 08h52.

Última atualização em 3 de outubro de 2022 às 09h28.

O EWZ, ETF que representa a bolsa brasileira nos Estados Unidos, avança mais de 3% no pré-mercado desta segunda-feira, 3, indicando uma reação positiva aos resultados das eleições deste fim de semana na B3. A surpresa, não capturada pelas pesquisas de intenação de voto, foi a força do bolsonarismo no Congresso e a baixa distância entre o atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi o mais votado no primeiro turno, mas não evitou a disputa em segundo turno.

Os destaques desta manhã estão com as estatais. As ADRs da Petrobras, com maior chance de ser privada em eventual segundo mandato de Bolsonaro, disparam mais de 6% no pré-mercado. A ADR da Sabesp segue o mesmo ritmo, tendo como pano de fundo a a maior força demonstrada pelo aliado de Bolsonaro Tarcísio de Freitas, na disputa pelo governo de São Paulo. O ex-ministro de Bolsonaro foi o mais votado no estado e irá para o segundo turno contra o petista Fernando Haddad.

"Houve uma grande divergência entre o que as pesquisas apontavam e o que se concretizou na urna, tanto na parte de presidentes, quanto de governadores e senadores. O desepenho de aliados do Bolsonaro nas dipustas por Senado e Câmara foi bem forte, o que trouxe um ânimo para o mercado", afirmou Jerson Zanlorenzi, head da mesa de ações e derivativos do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame), em morning call desta segunda.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa, ainda vê a vitória de Lula como a mais provável para o segundo turno, mas destaca que a onda bolsonarista no congresso "pode trazer alguns aspectos fiscalmente positivos". "A força bolsonarista no congresso deverá conter o ímpeto expansionista do eventual executivo de esquerda, sendo vista como positiva dada a complexa situação fiscal corrente", afirmou em nota.

Embora o segundo turno adie em mais quatro semanas a incerteza sobre quem irá governar o país nos próximos quatro anos, a expectativa do mercado é de que as propostas de Lula e Bolsonaro sejam mais detalhadas nos próximos dias, especialmente dentro do âmbito fiscal. O mercado segue à espera do que será apresentado no lugar do teto de gastos.

Raphael Figueredo, analista da Eleven Financial, acredita em uma disputa ainda aberta para segundo turno presidencial, mas que deverá ser marcada por maior moderação em busca do eleitor de centro. "Quem radicalizar, vai perder voto. Para o mercado, isso é positivo", afirmou em morning call.

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