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Bolsa avança mais de 1,5% com cena corporativa em foco

Às 11:26, o Ibovespa subia 1,54 por cento, a 95.843,02 pontos

B3: bolsa paulista mostrava recuperação nesta quarta-feira (Ricardo Moraes/Reuters)

B3: bolsa paulista mostrava recuperação nesta quarta-feira (Ricardo Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de maio de 2019 às 10h27.

Última atualização em 8 de maio de 2019 às 11h51.

São Paulo — A bolsa paulista mostrava recuperação nesta quarta-feira, após duas quedas seguidas do Ibovespa, com Gerdau entre as maiores altas após resultado trimestral, em sessão também marcada pela repercussão do balanço da Petrobras e dados de vendas e produção da Vale no começo do ano.

Às 11:26, o Ibovespa subia 1,54 por cento, a 95.843,02 pontos. O volume financeiro somava 4,1 bilhões de reais.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 1,04 por cento na segunda-feira e 0,65 por cento na véspera.

Investidores estão atentos também ao cenário externo, particularmente a desdobramentos das negociações comerciais entre os Estados Unidos e China. Fontes ouvidas pela Reuters afirmaram que Pequim voltou atrás em quase todos os aspectos do acordo comercial com Washington.

Nos EUA, o presidente Donald Trump disse nesta quarta-feira que ficará feliz em manter as tarifas sobre as importações chinesas.

No Brasil, em meio ao noticiário corporativo volumoso, a equipe da Santander Corretora avalia que o começo das discussões sobre a reforma da Previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados deve ajudar a movimentar o mercado.

Agentes financeiros aguardam principalmente a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, na parte da tarde, para explicar a reforma aos deputados do colegiado que analisará o mérito da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para mudar as regras de acesso à aposentadoria.

Dólar

O dólar caía ante o real no início do pregão desta quarta-feira, com expectativas pela participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, na comissão especial sobre a Previdência, e olhando o exterior, onde a disputa comercial entre Estados Unidos e China começa a impactar projeções de decisões de juros.

Às 10:31, o dólar recuava 0,86 por cento, a 3,9353 reais na venda.

Na véspera, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,29 por cento, cotada a 3,9694 reais.

O dólar futuro caía cerca de 0,9 por cento.

Depois de iniciar os trabalhos na terça-feira, a comissão especial deve receber já nesta quarta-feira Guedes para uma apresentação geral da PEC de reforma da Previdência, prevista para 14h30.

O plano apresentado pelo relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) na véspera, prevê a realização de audiências públicas até o fim deste mês, mas não traz uma data de votação do texto.

"O mercado está na expectativa com a participação de Guedes. A expectativa é boa, mas desde que a articulação política seja a ideal. Pessoal já tomou muita pancada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), esperamos que o governo tenha aprendido algo com isso e possa blindá-lo", afirmou o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

Após o fechamento do mercado, o Copom anuncia sua decisão de política monetária, sob ampla expectativa de que a autoridade manterá a Selic no nível atual de 6,5 por cento.

Segundo Faganello, participantes do mercado estarão atentos para entender se o BC abrirá a porta para eventuais cortes de juros após a aprovação da reforma previdenciária.

No exterior, o dólar perdia força frente a outras moedas à medida que as crescentes preocupações sobre a escalada nas tensões entre China e Estados Unidos levavam investidores a aumentarem apostas de um corte de juros nos EUA ainda neste ano.

Diferentemente de outras ocasiões em que a escalada nas tensões comerciais impulsionava o dólar, o mais recente revés na disputa entre Washington e Pequim levou estrategistas de mercado a focarem no impacto corrosivo que isso pode ter sobre os EUA.

Tal percepção de que um corte de juros pelo Fed pode vir antes do esperado, movimento que beneficiaria o real, está presente nas mesas brasileiras de câmbio neste pregão, avaliou Faganello.

"Existe uma perspectiva de que até o final do ano eles possam mudar o viés que têm hoje de paciência e reduzir a taxa de juros, o que seria benéfico para nós. De fato isso está nas mesas", afirmou o operador.

O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de 10,089 bilhões de dólares.

Destaques do Ibovespa

- PETROBRAS PN avançava 3,15 por cento, apesar da queda do lucro líquido nos primeiros três meses do ano na base ano a ano, com a redução da produção de petróleo e menores preços da commodity atingindo as exportações, além de uma nova norma contábil que impactou os resultados. Executivos afirmaram, contudo, que a produção já se recupera no segundo trimestre. A estatal anunciou distribuição de remuneração antecipada aos acionistas sob a forma de juros sobre o capital próprio de 1,3 bilhão de reais. [nL2N22J1VK]

- VALE cedia 1,11 por cento, em movimento alinhado ao declínio de mineradoras no exterior, tendo no radar queda de 20 por cento nas vendas de minério de ferro e pelotas da companhia no primeiro trimestre ante mesmo período de 2018, enquanto a produção de minério de ferro recuou 11 por cento, em meio a paradas de produção após o desastre de Brumadinho (MG) no final de janeiro. [L2N22K0DH]

- BRADESCO PN e ITAÚ UNIBANCO PN subiam 2,44 e 1,96 por cento, endossando a recuperação, com o setor de bancos como um todo no azul. BANCO DO BRASIL, que divulga balanço na quinta-feira, valorizava-se 2,22 por cento.

- GERDAU PN tinha alta de 2,53 por cento, após reportar lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 1,55 bilhão de reais no primeiro trimestre, alta de 4,6 por cento na base ano a ano e melhor resultado para o período dos últimos 11 anos, em desempenho puxado principalmente pela performance das operações na América do Norte.

- HYPERA valorizava-se 4,28 por cento, ajudada pela melhora da recomendação dos papéis por analistas do Credit Suisse para 'outpeform' ante 'neutra'.

- TIM cedia 1,05 por cento, após a operadora de telefonia divulgar queda de 10,4 por cento no lucro líquido do primeiro trimestre frente ao mesmo período do ano anterior, em resultado abaixo das expectativas de analistas.

- TAURUS PN, que não está no Ibovespa, disparava 20 por cento, em novo salto depois que o presidente Jair Bolsonaro assinou na véspera novo decreto que facilita a venda de armas e munições no país. A Taurus avalia que o decreto poderá aumentar de forma relevante a procura.

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