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Bolsa: a dura vida das novatas

Investidores, como se sabe, não gostam de surpresas negativas. As ações da companhia de saneamento Sanepar caíram quase 23% nos dois últimos pregões. Os investidores venderam as ações depois que a agência regulatória do Paraná soltou dados preliminares para a revisão tarifária da companhia. O reajuste deverá ficar em 25,63%, e será aplicado em oito […]

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2017 às 06h58.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h22.

Investidores, como se sabe, não gostam de surpresas negativas. As ações da companhia de saneamento Sanepar caíram quase 23% nos dois últimos pregões. Os investidores venderam as ações depois que a agência regulatória do Paraná soltou dados preliminares para a revisão tarifária da companhia. O reajuste deverá ficar em 25,63%, e será aplicado em oito anos. O mercado viu um problemaço no anúncio. Segundo relatos de investidores que compraram ações da empresa no IPO de 2 bilhões de reais feito em dezembro, a empresa deu como certo um reajuste entre 15% e 20%, aplicado em três anos.

Entre três e oito anos, afirmam os investidores e analistas, há uma enorme diferença. Nesse período, comentou a equipe de análise do BTG Pactual, haverá duas eleições estaduais, que trarão incertezas sobre mudanças nos percentuais. A movimentação afetou ontem outras empresas do setor: Sabesp caiu 4,5% ontem e Copasa, 12%.

A Sanepar PN fechou ontem a 11,15 reais, em baixa de 17,7%, ainda acima do preço da oferta, de 9,50 reais. Mas bem longe da cotação do dia 15 de fevereiro, quando haviam atingido a máxima de +57%, a 14,95 reais. Entre os principais acionistas da Sanepar estão as gestoras do Opportunity (5,23%) e JGP (6,41%) de participação. Procurados, os bancos coordenadores da oferta, Bradesco BBI, Itaú BBA e BTG Pactual não comentaram. A Sanepar disse apenas que aguarda a autorização da Agepar (Agência Reguladora do Paraná) sobre o índice e a implementação da revisão tarifária.

A derrocada acabou virando o mais novo exemplo da vida dura que as novatas que abriram capital desde o ano passado estão tendo na bolsa.
As ações da empresa de diagnósticos Alliar caíram 35% desde o IPO, feito em outubro. As do laboratório Hermes Pardini, que realizou IPO em fevereiro, caíram 0,55%. As da locadora de veículos Movida, que também foi à bolsa em fevereiro, subiram 3,5%. Para as próximas da fila, convém lembrar que, apesar da ansiedade para abrir capital, é melhor ser transparente com os investidores.

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