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Bolha de tech: o que deve acontecer com as ações de IA, segundo especialistas

Chefe global de pesquisa do Morgan Stanley defende que ainda estamos no começo da alta das ações de tecnologia

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 11h06.

Alguns renomados investidores americanos, como Jeremy Grantham, Rob Arnott, Bill Smead, têm alertado o mercado nos últimos meses sobre uma nova bolha de tecnologia impulsionada pelo entusiasmo com a inteligência artificial (IA).

Segundo esses investidores, o preço das ações de empresas de tecnologia está em um pico que lembra o das empresas pontocom no começo dos anos 2000. Mas e se essa alta estiver ainda no começo? É isso que a chefe global de pesquisa do Morgan Stanley (MS), Katy Huberty, defendeu em uma entrevista ao site americano Business Insider na semana passada.

Huberty acredita que ainda estamos no começo do ciclo de desenvolvimento do mercado de inteligência artificial. Para ela, cada onda de desenvolvimento tecnológico demanda dez vezes mais que o ciclo anterior, o que a leva a estimar que serão necessários pelo menos US$ 10 trilhões para o mercado de IA. Como a projeção é que os grandes investidores só tenham gastado, em média, US$ 400 bilhões nos últimos dois anos, a especialista afirma que ainda estamos longe do pico.

A chefe de pesquisa do Morgan Stanley aponta também que há bastante potencial de crescimento das revisões dos lucros das principais empresas de tecnologia do mercado, considerando o trajeto percorrido pelas empresas do ciclo de internet móvel, iniciado em 2010.

Para Huberty, os múltiplos das empresas de hoje também são relativamente baixos em comparação com o pico da bolha das pontocom, apesar dos números de receita e lucro serem parecidos. O índice médio do preço sobre lucro de 12 meses para as cinco principais ações do mercado em 1999 era de 65,3. Em 2024, foi de 31,1.

"Percorremos só 15% do caminho quando consideramos as revisões de projeções e a expansão de valor de mercado de um novo ciclo de computação", disse Huberty ao Business Insider. "Esses dois dados me mostram que ainda estamos bem no começo."

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