Nvidia: salto das ações em Nova York impulsiona rali global em tecnologia (VCG/VCG/Getty Images)
Redatora
Publicado em 16 de setembro de 2025 às 05h54.
Última atualização em 16 de setembro de 2025 às 06h02.
Desde o lançamento do ChatGPT em 2022, o valor de mercado das ações de tecnologia nos Estados Unidos aumentou cerca de US$ 21 trilhões, segundo dados compilados pela The Economist.
Dez empresas, incluindo Amazon, Broadcom e Nvidia, respondem por 55% desse crescimento, impulsionadas pelo entusiasmo em torno da inteligência artificial (IA).
Larry Ellison, fundador da Oracle, tornou-se brevemente o homem mais rico do mundo devido à valorização das ações de sua empresa.
De acordo com a revista, no primeiro semestre de 2025, o avanço de investimentos na área de Tecnologia da Informação (T.I.) foi responsável por todo o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA. Aproximadamente um terço do capital de risco do Ocidente foi destinado a empresas de IA.
Investidores acreditam que a inteligência artificial pode transformar a economia de maneira comparável à Revolução Industrial.
Apesar da valorização expressiva das ações, a The Economist afirmou que as receitas anuais combinadas das principais empresas de IA do Ocidente são estimadas em US$ 50 bilhões. Esse valor representa apenas uma fração do investimento previsto de US$ 2,9 trilhões para construção de data centers entre 2025 e 2028.
Pesquisas do MIT indicam que 95% das organizações obtêm retorno próximo de zero em investimentos com IA generativa.
Especialistas apontaram à revista que o entusiasmo atual se aproxima da supervalorização observada durante a bolha das pontocom em 1999.
Sam Altman, CEO da OpenAI, admite que há excesso de otimismo no mercado, mas lembra que bolhas tecnológicas geralmente acompanham períodos de inovação significativa.
Análises históricas mostram que, mesmo após o estouro de bolhas, muitas tecnologias deixam ativos duradouros. Entre os exemplos da revista estão as ferrovias britânicas do século XIX e a infraestrutura de telecomunicações nos EUA nos anos 1990.
O impacto de uma eventual crise depende da origem do avanço, do volume de capital investido e de quem arca com as perdas. Atualmente, grande parte do investimento em IA vem de empresas de tecnologia com balanços sólidos, fundos soberanos, seguradoras e investidores ricos, reduzindo o risco sistêmico ao mercado financeiro.
Ainda assim, a exposição das famílias americanas ao mercado de ações chega a cerca de 30% do patrimônio líquido, o maior nível desde a bolha das pontocom, segundo a The Economist. Uma correção abrupta poderia afetar o consumo e a economia, sobretudo devido à concentração em poucas empresas de tecnologia.