Invest

Boletim Focus, reunião da Opep+ e divulgação de PMIs: o que move o mercado

Mercado repercute decisão do cartel petrolífero de prolongar os cortes na produção de petróleo até o final de 2025

Radar: petrolíferas podem ser pressionadas por nova decisão da Opep+ (Pramote Polyamate/Getty Images)

Radar: petrolíferas podem ser pressionadas por nova decisão da Opep+ (Pramote Polyamate/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 3 de junho de 2024 às 08h34.

As bolsas internacionais operam majoritariamente em alta na manhã desta segunda-feira, 3. Na Europa, o mercado parece estar otimista sobre o corte de juros nesta semana por lá. Na Ásia, novos dados da inflação americana em linha com o esperado também trazem alívio às bolsas, que fecharam em sua grande maioria em alta. Nos Estados Unidos, investidores também parecem reagir com otimismo aos novos números da inflação, o que faz os índices futuros subirem. Por aqui, na contramão dos mercados globais, o Ibovespa futuro cai, de olho na piora das expectativas para a inflação brasileira.

Boletim Focus

O Banco Central (BC) divulgou, às 8h30, o Boletim Focus desta semana. O destaque fica com a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Pela quarta semana consecutiva, o BC elevou a projeção para 2024 do IPCA de 3,86% para 3,88%.

Já o IPCA para 2025 foi elevado pela quinta semana consecutiva, subindo de 3,75% para 3,77%. A inflação para 2026, por sua vez, subiu pela segunda semana seguida de 3,58% para 3,60%. A de 2027 se manteve em 3,50%.

Destaque também para a elevação da a Selic de 2024 e 2025. Neste ano, agora o BC prevê uma Selic em 10,25% frente aos 10% da semana passada. Já a de 2025 passou de 9% para 9,18%. As medianas da taxa básica de juros para 2026 e 2027 se mantiveram inalteradas em 9% cada.

As estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) também se manteve em todos os anos, em 2,05% (2024) e 2% (2025, 2025 e 2027), assim como para o câmbio, que se mantiveram em R$ 5,05 (2024 e 2025) e R$ 5,05 (2026 e 2027).

Reunião da Opep+

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) se reuniu neste domingo, 2, para debater sobre o fornecimento do grupo e os cortes voluntários que expiram. Como resultado, os 22 membros do cartel petrolífero decidiram prolongar os cortes na produção de petróleo até o final de 2025 para sustentar os preços em um contexto de incerteza econômica e política.

Em um comunicado à imprensa, o grupo informa que os cortes de 2,2 milhões de barris por dia (mbd), que afetam Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã, serão prolongados até setembro de 2024 e, depois, "progressivamente eliminados" até setembro de 2025. Já os cortes voluntários anteriores de 1,65 mbd anunciados em abril de 2023 serão prorrogados até o final de 2025.

O movimento pode pressionar o preço do petróleo internacional e impactar diretamente o Brasil, já que as petroleiras locais podem refletir os preços mais altos. Por volta das 8h, o contrato futuro para julho do petróleo WTI subia 0,12% a US$ 77,08, enquanto o contrato do Brent para agosto subia 0,18% a US$ 81,26.

PMI da zona do euro, China, dos EUA e do Brasil

Ainda de olho em dados macroeconômicos, destaque para a divulgação do Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da zona do euro, da China e dos EUA. Por aqui, há a divulgação do PMI de fabricação, às 10h.

Na zona do euro, o PMI industrial subiu para 47,3 em maio, mas ficou ligeiramente abaixo da estimativa. Já na China, o índice surpreendeu positivamente no mês passado, subindo de 51,4 em abril para 51,7 em maio, o maior nível desde abril de 2022, mostrando uma expansão. Nos EUA, o PMI será divulgado às 10h45.

Acompanhe tudo sobre:OpepPetróleoBoletim FocusPMI – Purchasing Managers’ IndexIbovespabolsas-de-valores

Mais de Invest

Receita abre nesta sexta-feira consulta ao lote residual de restituição do IR

O que é circuit breaker? Entenda e relembre as ‘paradas’ da bolsa brasileira

15 ideias de fazer renda extra pela Internet

Mutirão de negociação: consumidores endividados têm até dia 30 para renegociar dívidas