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BoJ resistente, inflação na Europa, Lula se reúne com sindicatos e o que mais move o mercado

Banco do Japão mantém inalterados controle da curva e taxa de juros, apesar de pressão por aperto monetário diante de inflação em alta

BADEN-BADEN, GERMANY - MARCH 17:  Governor of the Bank of Japan Haruhiko Kuroda attends the family photo during the G20 finance ministers meeting on March 17, 2017 in Baden-Baden, Germany. The meeting is taking place ahead of the G20 summit scheduled in Hamburg in July.  (Photo by Thomas Niedermueller - Pool/Getty Images) (Thomas Niedermueller - Pool/Getty Images)

BADEN-BADEN, GERMANY - MARCH 17: Governor of the Bank of Japan Haruhiko Kuroda attends the family photo during the G20 finance ministers meeting on March 17, 2017 in Baden-Baden, Germany. The meeting is taking place ahead of the G20 summit scheduled in Hamburg in July. (Photo by Thomas Niedermueller - Pool/Getty Images) (Thomas Niedermueller - Pool/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 18 de janeiro de 2023 às 07h59.

Última atualização em 18 de janeiro de 2023 às 10h07.

O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manteve suas taxas de juros inalteradas em decisão da madrugada desta quarta-feira, 18, resistindo às pressões do mercado para que iniciasse um aperto monetário. Na decisão anterior, o BoJ havia aumentado a banda para o rendimento dos títulos de 10 anos do Japão de mais ou menos 0,25% para 0,5%. Só que a banda foi estourada no início do ano, chegando à máxima de 0,553% na sexta-feira, 13. A expansão da banda, disse o BoJ na época, não era para ser entendida como um sinal de aperto monetário.

Embora as declarações anteriores tenham suscitado dúvidas no mercado, o BoJ manteve a palavra, deixando intacta a banda do rendimento dos títulos de 10 anos, que desabou para próximo de 0,42% após a decisão. Assim como a banda, a taxa de juro de curto prazo permaneceu inalterada, negativa em 0,1%. Os efeitos da postura expansionista do BoJ chegaram à bolsa de Tóquio, que subiu 2,5%, em sua maior alta desde novembro. Por outro lado, os efeitos foram negativos sobre o iene, que é negociado em queda frente ao dólar, refletindo o menor rendimento dos títulos japoneses.

Apesar da decisão, ainda há incertezas sobre até quando o BoJ irá resistir. Isso porque o Japão, que era conhecido por sua economia deflacionária, tem vivido outros tempos. O último Índice de Preço ao Consumidor (IPC) Japão, referente a novembro, fechou positivo em 3,8% na comparação anual. Ainda que baixo em relação a outras economias, a inflação japonesa foi a mais alta em mais de 30 anos. As expectativas, agora, estarão para o IPC japonês de dezembro, que será divulgado na madrugada desta sexta-feira, 19.

Inflação mais baixa na Europa

Enquanto a inflação do Japão segue acelerando, na Europa, os sinais são de desaceleração. A inflação de dezembro, que já havia surpreendido para baixo em sua primeira medição, foi revisada para um patamar ainda menor nesta quarta. O IPC da Zona do Euro não foi de 0,3% negativo em dezembro, mas de 0,4%, corrigiram os economistas.

Cautela no Ocidente

Apesar dos números positivos na economia ocidental, o tom é de cautela nas bolsas de valores. Índices de ações da Europa e Estados Unidos iniciaram esta quarta sem uma direção definida, tendo no radar incertezas sobre a política monetária do Fed e sinais negativos de balanços de bancos americanos do quarto trimestre. No último pregão, o Dow Jones caiu mais de 1%, tendo como pano de fundo o fraco resultado apresentado pelo Goldman Sachs.

Além de ter apresentado receita e lucro abaixo da expectativa do mercado, o banco ainda triplicou em relação ao mesmo período do ano passado sua  provisão contra perda de crédito -- em um sinal de que períodos desafiadores se aproximam da economia americana. As ações do banco fecharam em queda de 6,44%.

Discursos do Fed

Investidores ainda se dividem entre os cenários de uma leve recessão, com o Federal Reserve mais brando, e outro de uma contração mais dura. O consenso é de que a economia dos Estados Unidos deverá enfraquecer neste ano. O quão mais fraca vai depender do Fed, que vem dando sinais de manterá suas taxas de juros elevadas por mais tempo, podendo, inclusive, superar 5%. Pistas do que o Fed está pensando poderão ser dadas em discursos de seus membros James Bullard, Raphael Bostic e Patrick Harker desta quarta.

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Desempenho dos indicadores às 8h (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): + 0,04%
  • S&P 500 futuro (Nova York): + 0,12%
  • Nasdaq futuro (Nova York): + 0,14%
  • FTSE 100 (Londres): + 0,14%
  • DAX (Frankfurt): + 0,06%
  • CAC 40 (Paris): + 0,18%
  • Hang Seng (Hong Kong)*: + 0,47%

Lula e sindicalistas debatem salário mínimo

No Brasil, é para o fiscal que o investidores têm olhado para prever o quão alta será a taxa de juros do país. E qualquer sinal de pressão de custos tem feito preço. Nesta quarta, as atenções devem estar com a discussão do aumento do salário mínimo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes sindicais. Rumores de que o salário mínimo poderia ser superior a R$ 1.302 chegaram a pressionar a bolsa brasileira para baixo no início da semana. Centrais sindicais defendem um aumento para R$ 1.342.

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