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BofA: mercado confia que Fed vai acertar o momento dos cortes de juros

Para o banco, o rali de bancos, alta das small caps e queda nos spreads reforçam a aposta em corte já na próxima reunião

Bank of America: o faturamento total do banco aumentou 10,8%, para US$ 28,24 bilhões (Erik McGregor/LightRocket /Getty Images)

Bank of America: o faturamento total do banco aumentou 10,8%, para US$ 28,24 bilhões (Erik McGregor/LightRocket /Getty Images)

Publicado em 12 de setembro de 2025 às 11h14.

Os investidores seguem confiantes de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) conseguirá conduzir os cortes de juros sem perder credibilidade. Essa é a leitura de Michael Hartnett, estrategista do Bank of America, segundo reportagem da Bloomberg.

De acordo com Hartnett, o movimento dos mercados dá sustentação a essa visão. Ações de bancos e de setores mais sensíveis a variações de juros estão em alta, enquanto os spreads de crédito de grau de investimento seguem em queda.

As apostas dos investidores apontam que o Fed deve reduzir a taxa em pelo menos 0,25 ponto percentual na reunião da próxima semana, que se encerra na quarta-feira, 17.

Esse ambiente já impulsionou o KBW Bank Index, que mede o desempenho das ações de bancos americanos, para o quinto mês consecutivo de ganhos.

O Russell 2000, índice que reúne empresas de menor porte (small caps), também deve superar o S&P 500, referência da bolsa americana, pelo segundo mês seguido.

Outro dado observado é o nível dos spreads dos títulos corporativos de grau de investimento dos EUA, atualmente em 0,75 ponto percentual, próximos das mínimas desde a década de 1990, de acordo com a Bloomberg.

Decisão do Fed

O otimismo em Wall Street é sustentado pelos bons resultados corporativos e pelo entusiasmo em torno da inteligência artificial.

No entanto, a desaceleração recente do mercado de trabalho trouxe preocupações de que o Fed possa ter demorado a retomar os cortes. Parte dos investidores projeta um corte mais agressivo, de 0,50 ponto percentual.

Hartnett pondera que sinais contrários — como uma queda no KBW Bank Index, a reversão da alta das small caps e o aumento nos spreads de crédito — indicariam que o Fed estaria cortando juros tarde demais, em um cenário de maior desaceleração econômica.

O estrategista do BofA reiterou sua preferência por ações internacionais em relação às americanas. Até aqui, essa aposta se mostrou acertada em 2025, já que o índice MSCI ACWI ex-US, que mede bolsas fora dos EUA, tem superado o desempenho do S&P 500.

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