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BofA eleva preço-alvo da BRF por depreciação do real

Banco aponta dois riscos ao desempenho da companhia: o potencial aumento da oferta global de carne de frango e o cenário mais fraco para consumo no Brasil


	BRF: Segundo o BofA, ações devem manter o ritmo positivo no curto prazo, uma vez que há poucos catalisadores no curto prazo para reclassificar as ações
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BRF: Segundo o BofA, ações devem manter o ritmo positivo no curto prazo, uma vez que há poucos catalisadores no curto prazo para reclassificar as ações (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2013 às 12h00.

São Paulo - O Bank of America Merrill Lynch (BofA) elevou sua estimativa de preço-alvo para a BRF a 54 reais, versus 52 reais por ação anteriormente, em meio à recente depreciação da moeda brasileira, mas vê o mercado interno com cautela, apontou o banco em relatório desta segunda-feira.

"As ações da BRF devem manter o ritmo positivo no curto prazo, uma vez que vemos poucos catalisadores no curto prazo para reclassificar as ações", disse o BofA no relatório ao mercado.

Contudo, o banco aponta dois riscos ao desempenho da companhia que devem ser acompanhados com atenção: o potencial aumento da oferta global de carne de frango, dado o incremento atual nas margens do setor; e o cenário mais fraco para consumo no Brasil.

Os analistas do BofA relataram encontro com o diretor financeiro e de relações com investidores da BRF, Leopoldo Saboya, que comentou a preocupação da companhia com o cenário interno.

"Em poucas palavras, a administração tem uma visão mais cautelosa sobre o mercado doméstico, mas está vendo significativa melhora nas exportações", relataram os analistas citando o diretor financeiro.

Segundo o executivo, em um cenário de inflação mais alta no Brasil, os consumidores reduziram os gastos. Mas a BRF não observou um recuo para categorias de produtos mais baratos.

Embora os preços de alimentos já tenham começado a ceder, a recente depreciação do real pode pressionar a inflação no curto prazo, apontaram os analistas do banco.

Por outro lado, o banco ressaltou que o mercado externo está mostrando significativa recuperação, sustentada pelo real mais fraco e preços mais baixos de grãos.

A demanda global deve seguir sustentada por fortes importações pelo México em 2013/14. As compras de carne suína pelo Japão, embora ainda irrelevantes neste momento, também têm potencial positivo no longo prazo.

A BRF anunciou na semana passada a primeira venda de carne suína para o Japão, país que abriu seu mercado ao produto in natura oriundo de Santa Catarina no final de maio.

Também na semana passada, a Seara Alimentos informou seu primeiro embarque de carne suína ao Japão. O país é o maior importador de carne suína, e tem demanda total estimada em 1,8 milhão de toneladas, segundo a companhia.

Às 10h40, as ações da BRF eram negociadas em alta de 0,92 por cento, a 48,48 reais por papel, enquanto o Ibovespa tinha alta de 0,89 por cento.

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