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BofA diz que dólar vai melhorar ganhos da Vale

Banco reiterou sua recomendação de compra para a companhia e indica cautela para as siderúrgicas, apesar dos benefícios da desvalorização cambial


	Empilhadeira de minério de ferro da Vale: segundo relatório, forte alta do dólar é positiva para as exportações de commodities brasileiras
 (Agência Vale)

Empilhadeira de minério de ferro da Vale: segundo relatório, forte alta do dólar é positiva para as exportações de commodities brasileiras (Agência Vale)

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2013 às 10h48.

São Paulo - A forte alta do dólar, que já fez o real perder 20% de seu valor desde o pico em 2012, para 8% da média dos emergentes, é positiva para as exportações de commodities brasileiras, tornando-as mais competitivas. E as maiores beneficiadas nesse ambiente são as mineradoras e as siderúrgicas, afirma o Bank of América Merrill Lynch em relatório.

O banco americano reiterou sua recomendação de compra para a Vale e indica cautela para as siderúrgicas, apesar dos benefícios da desvalorização cambial. O dólar voltou para os níveis de 2009, observa o banco, em relatório assinado pelos analistas Felipe Hirai, Thiago Lofiego e Karel Luketic.

Segundo a Merrill Lynch, os maiores beneficiados no setor siderúrgico serão Gerdau e Usiminas, já que possuem baixas margens operacionais e são mais sensíveis à variação cambial e aos preços do aço. Para cada alta de R$ 0,10 no dólar, a Gerdau ganha 18% em geração de caixa (Ebtida) e a Usiminas, 15%. Para a CSN, o impacto na geração de caixa seria de 14% e, para a Vale, de 8%. Com o dólar a R$ 2,14, calcula o banco americano, o prêmio para vender aço no Brasil seria zero em relação ao internacional, o que incentivaria as exportações.

O banco reitera recomendação de compra para a Vale, avaliando que os preços atuais das ações da empresa na bolsa refletiriam uma cotação do minério de ferro abaixo de US$ 100 a tonelada, para mais de US$ 120 estimados pelo banco para este ano. Da mesma forma, recomenda compra da Bradespar, holding que controla a Vale. Para MMX, porém, a recomendação é venda. As estimativas da Merrill Lynch são de queda gradual do preço do minério de ferro, para US$ 110 a tonelada em 2014, US$ 100 em 2015 e US$ 98 a partir de 2016.

Já em siderurgia, apesar do benefício do câmbio, o banco diz que não é hora de aumentar as aplicações pois ainda há pressões que podem derrubar os preços do aço no mercado internacional e no mercado interno. A Merrill Lynch recomenda manter Gerdau e vender CSN e Usiminas.

A Merrill Lynch estima uma relação preço/lucro (P/L) para a Vale em 2014 de 7 vezes, o menor entre as grandes mineradoras internacionais como BHP Billiton (P/L de 11,1), Rio Tinto (P/L de 9,7 vezes) e Anglo American (P/L de 8,4 vezes). O P/L dá uma ideia do tempo de retorno do investimento e, portanto, quanto menor, mais atrativo está o papel.

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