Para gestores, cenário deve seguir favorável para Bolsa em junho, enquanto o dólar deve buscar patamares ainda mais baixos | Foto: Amanda Perobelli/Reuters (Amanda Perobelli/Reuters)
Paula Barra
Publicado em 17 de agosto de 2021 às 13h18.
Última atualização em 17 de agosto de 2021 às 13h45.
A convicção dos investidores em ações brasileiras na comparação com outras classes de ativos caiu para o pior patamar desde março de 2018, mostrou pesquisa mensal do Bank of America divulgada nesta terça-feira, 17.
Apenas 35% dos entrevistados acreditam que as ações irão superar outras classes de ativos no Brasil nos próximos seis meses, o nível mais baixo desde que o levantamento foi criado, há quase três anos e meio.
A pesquisa foi realizada com 31 gestores de fundos da América Latina, que administram aproximadamente 89 bilhões de dólares.
Diante de preocupações fiscais e globais, 49% dos investidores veem o Ibovespa acima dos 130 mil pontos até o fim deste ano, contra 78% no mês passado. E somente 10% acreditam que o índice pode superar os 140 mil pontos em 2021, versus 22% no levantamento anterior.
O nível de caixa dos gestores aumentou este mês para 5,6%, contra 4,2% da média histórica.
Em relação ao câmbio, 45% dos participantes esperam que o dólar recue para além de 5,10 reais este ano, contra 66% de julho.
A deterioração fiscal descontrolada foi apontada pelos gestores como o maior risco de cauda para o Brasil, seguida por ruído político.
Na alocação de ações, os participantes da pesquisa estão mais otimistas com ações ligadas à reabertura da economia e menos com papéis de menor volatilidade e grandes pagadores de dividendos. Em termos de setores, os cíclicos (como commodities, financeiro e consumo discricionário) aparecem entre os mais expostos nas carteiras.
Depois de ter atingido máxima histórica no dia 4 de junho (em 130.776 pontos), o Ibovespa vive um movimento de realização e acumula, de lá para cá, queda de 10%. A piora do mercado levou o índice a apagar ontem os ganhos do ano. Em 2021, até o momento, registra baixa de 1,2%.