O BNDES, cujos desembolsos em 2011 foram quase quatro vezes maiores que os do Banco Mundial, tem encorajado negócios por meio da realização de leilões (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2012 às 09h21.
São Paulo - O BNDES está intensificando esforços para estimular o mercado de títulos corporativos depois que uma falta de liquidez frustrou os esforços do governo para construir um mercado local de dívida.
O volume negociado no mercado secundário saltou 86 por cento no ano até agosto, para R$ 18,8 bilhões, comparado à média anual de R$ 17,6 bilhões dos últimos três anos, segundo dados da Anbima. No mercado americano, US$ 7,8 bilhões em títulos brasileiros de alto risco denominados em dólar trocaram de mãos somente em 20 de setembro.
O governo está começando a ter sucesso em sua tentativa de desenvolver um mercado local para financiar R$ 1 trilhão em projetos de infraestrutura e ao mesmo tempo reduzir a oferta de empréstimos a juros subsidiados. O BNDES, cujos desembolsos em 2011 foram quase quatro vezes maiores que os do Banco Mundial, tem encorajado negócios por meio da realização de leilões em um momento em que o maior corte da taxa básica de juros entre as nações do G20 gerou demanda por títulos de dívida de maior rendimento. Em 24 de setembro, a Embratel Participações SA captou R$ 2,15 bilhões em debêntures de 2017 com rendimento de 8,37 por cento, 5,02 pontos percentuais acima dos títulos do Tesouro.
“O BNDES está ajudando o mercado a ter mais liquidez e a tendência é que o mercado tenha agora mais participantes e mais organização”, disse Bruno Costa, corretor de renda fixa da Liquidez DTVM Ltda., em entrevista por telefone de São Paulo. “O BNDES tem aumentando o número de vezes que vai ao mercado com leilões e vende títulos das empresas em que participa.”