Redação Exame
Publicado em 14 de março de 2025 às 06h24.
A BMW está se preparando para um impacto financeiro significativo devido ao aumento das tensões comerciais entre os Estados Unidos, Europa e China.
O CEO da empresa, Oliver Zipse, afirmou nesta sexta-feira, 14, em entrevista à Bloomberg Television, que as tarifas impostas pelas disputas comerciais podem custar à montadora cerca de 1 bilhão de euros (aproximadamente US$ 1,1 bilhão) neste ano.
Apesar da expectativa de perdas, Zipse acredita que a maioria das tarifas não será permanente, embora algumas possam durar mais do que o previsto. “Não achamos que todas essas tarifas durarão muito tempo, mas algumas podem se estender”, afirmou o executivo. “Com a estimativa de custo de €1 bilhão, estamos relativamente seguros,” completou.
A BMW e outros fabricantes de automóveis europeus estão se preparando para as consequências das tarifas planejadas pelo presidente Donald Trump sobre os veículos importados para os Estados Unidos. As novas tarifas afetam não apenas os carros fabricados na Europa, mas também aqueles produzidos em fábricas no México e no Canadá, países que operam sob acordos comerciais prévios.
A montadora já enfrenta tarifas sobre os veículos fabricados em sua planta em San Luis Potosi, no México, para exportação aos EUA. Embora Trump tenha adiado as tarifas para empresas que cumprem o acordo comercial USMCA, a BMW não está em conformidade com as exigências de conteúdo local.
Paralelamente, a montadora também está sendo afetada pelas tarifas da União Europeia sobre veículos importados da China, onde a marca Mini fabrica modelos elétricos e SUVs. A BMW se uniu a outros fabricantes chineses para desafiar essas tarifas na justiça.
Zipse alertou sobre os riscos de um ciclo negativo gerado pelo aumento das tarifas. "Se você exagerar nas tarifas, isso cria uma espiral negativa para todos os participantes do mercado", declarou. "Não há vencedores nesse jogo".