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BM&FBovespa quer escala para enfrentar margem apertada

Bolsa registrou queda de 4,5% no lucro e planeja aumentar o volume de negócios para compensar a alta dos custos

"O início do ano foi frustrante" resumiu o presidente-executivo da BM&FBovespa, Edemir Pinto (Marcel Salim/EXAME.com)

"O início do ano foi frustrante" resumiu o presidente-executivo da BM&FBovespa, Edemir Pinto (Marcel Salim/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2011 às 15h00.

São Paulo - Após iniciar 2011 de forma "frustrante", a BM&FBovespa espera um avanço forte do volume de negócios em seus principais mercados para compensar uma estrutura de custo maior e margens mais tímidas.

O revés em alguns dos planos mais ambiciosos para este ano fez a companhia reportar na véspera um lucro líquido de 271,3 milhões de reais, uma queda de 4,5 por cento ante igual período de 2010.

"O início do ano foi frustrante", disse em teleconferência com jornalistas o presidente-executivo da BM&FBovespa, Edemir Pinto, referindo-se ao volume de negócios nos primeiros quatro meses do ano.

Segundo a empresa, o salto de 41 por cento nas despesas operacionais, incluindo contratação de funcionários, investimentos em tecnologia e gastos maiores com marketing não tiveram a contrapartida esperada de aumento de escala.

A receita operacional líquida no período evoluiu apenas 2,5 por cento, revelando que o avanço no volume de transações veio acompanhado de margens menores. A do segmento Bovespa desabou 5,4 por cento sobre o primeiro quarto de 2010.

"Houve redução das margens por causa da mudança de mix, por causa dos investidores institucionais e de alta freqüência", explicou na teleconferência o diretor financeiro e de relações com investidores da instituição, Eduardo Guardia.

Em outra frente, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sinalizou que não pretende atualizar em breve a regulação que permitiria a entrada em vigor de uma plataforma para negociação de grandes lotes, na qual a empresa investiu.

"O regulador deixou claro que isso agora não é prioridade", disse Edemir.

Segundo Guardia, a diminuição do temor dos investidores com questões internas do país, relacionadas ao combate à inflação e à intervenção estatal em setores como mineração e agronegócio, deve contribuir para o aumento dos volumes nos próximos meses.

"Esperamos um forte crescimento, mesmo que isso seja acompanhado com diminuição de margens. Nossa estrutura de custos está pronta para isso", disse Guardia.

A empresa também manteve expectativa de que o segmento de renda variável movimente 55 bilhões de reais em ofertas de ações neste ano, incluindo operações iniciais (IPOs, na sigla em inglês) e follow on.

Também estão sendo costurados acordos para a expansão de nichos de negócios, como a dupla listagem de papéis --contratos de Ibovespa futuro na CME e mini de S&P 500 na Bovespa-- e que o volume de BDRs no mercado doméstico suba dos atuais 20 para 100 até dezembro, enquanto projetos de integração tecnológica com a CME vão gradualmente entrando em vigor.

INTERNACIONALIZAÇÃO Edemir disse ainda que a BM&FBovespa, uma das maiores operadoras de bolsas do mundo, não estuda no momento nenhum plano de fusão ou aquisição.

O plano é aguardar os desdobramentos de negociações de outras bolsas no exterior, que sofreram reveses recentemente, como a pretendida compra da bolsa da Austrália pela de Cingapura, que foi rejeitada pelo governo australiano, e disputa entre Deutsche Boerse e o consórcio formado por Nasdaq e ICE pela Nyse Euronext.

"Não temos nada na mesa no momento", disse.

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