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BM&FBovespa espera até 45 ofertas em 2012

Segundo presidente da bolsa, ofertas poderiam ser tanto de novas companhias, como de empresas já abertas

Edemir Pinto, presidente-executivo da BM&FBovespa: Embora tenha tido ofertas bilionárias nos últimos anos, o mercado jamais se aproximou ao recorde de 64 operações de 2007 (Luciana Cavalcanti/VOCÊ S.A.)

Edemir Pinto, presidente-executivo da BM&FBovespa: Embora tenha tido ofertas bilionárias nos últimos anos, o mercado jamais se aproximou ao recorde de 64 operações de 2007 (Luciana Cavalcanti/VOCÊ S.A.)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2012 às 15h50.

São Paulo - Após ter os resultados enfraquecidos pela combinação de crise europeia e desaceleração doméstica em 2011, a BM&FBovespa prevê para este ano uma forte retomada das ofertas iniciais de ações. "Devemos ter de 40 a 45 IPOs em 2012, de operações que estão represadas por conta da turbulência do mercado nos últimos meses", afirmou a jornalistas o presidente-executivo da bolsa, Edemir Pinto, ao comentar os resultados do quarto trimestre.

Posteriormente, a instituição explicou que a previsão inclui ofertas de empresas já presentes no mercado (follow ons). Segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a captação de recursos por 26 empresas na BM&FBovespa somou cerca de 14,8 bilhões de reais em 2011, o menor volume desde 2005.

Embora tenha tido ofertas bilionárias nos últimos anos, como de Petrobras e Santander Brasil, o mercado jamais se aproximou ao recorde de 64 operações de 2007. Neste ano, apenas três companhias estão com pedido de registro de oferta em análise (Seabras, que já pediu adiamento, a operadora de turismo CVC e a Isolux).

Na semana passada, a Brazil Travel desistiu da operação na última hora, devido à fraca demanda de investidores. "O mercado está mais exigente, o que serve de alerta para empresas, mas a janela está se abrindo", garantiu Edemir.

A companhia divulgou na véspera que teve lucro líquido de 191,1 milhões de reais no quarto trimestre, 27 por cento abaixo do resultado do mesmo período de 2010 e abaixo das previsões de analistas ouvidos pela Reuters, devido sobretudo a menores receitas nos mercados de renda fixa e variável.

A última linha foi afetada ainda pelo efeito não recorrente da transferência da gestão de um fundo de garantia interno para a BSM, de 92,3 milhões de reais. Além da volta das ofertas de ações, a companhia também espera que seus resultados sejam favorecidos pela recuperação dos volumes negociados, com estabilização na zona do euro.

Em outra frente, a meta é manter o nível de despesas registrado em 2011, da ordem de 580 milhões de reais. "O ano de 2012 tem tudo para ser um ano ótimo para a bolsa", disse Edemir. No mercado, entretanto, a reação dos investidores com os dados da empresa não foi de otimismo.


Às 15h03, a ação da BM&FBovespa caía 1,62 por cento, a 12,11 reais, enquanto o Ibovespa avançava 0,93 por cento. Em relatório, o UBS afirmou que os dados operacionais do quarto trimestre vieram em linha com as expectativas e manteve a recomendação de compra para as ações.

"Desconsiderando os eventos não recorrentes, a BM&FBovespa até apresentou um bom resultado em nossa avaliação, tendo em vista o ano desafiador para o mercado de renda variável em 2011", consideraram os analistas da corretora Concórdia.

Concorrência

Edemir procurou mostrar tranquilidade sobre a eventual entrada de novos participantes em mercados como o de ações, que hoje são concentrados na BM&FBovespa. Segundo Edemir, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deve divulgar até abril o resultado de um estudo contratado para uma consultoria, tratando justamente de concorrência no setor. "O que os possíveis concorrentes querem no Brasil é flexibilidade e, pelo que tem mostrado o regulador, não é aqui que eles vão encontrar", disse.

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