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BM&FBovespa lucra menos, mas recompra faz ações subirem

Ação da companhia subiu 3,68 por cento, a 9,58 reais, enquanto, o Ibovespa avançou 0,81 por cento


	Sede da BM&FBovespa, em São Paulo: companhia  previu que a participação de novos produtos na composição de suas receitas nos próximos anos seguirá crescendo
 (Gustavo Kahil/EXAME.com)

Sede da BM&FBovespa, em São Paulo: companhia  previu que a participação de novos produtos na composição de suas receitas nos próximos anos seguirá crescendo (Gustavo Kahil/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 17h14.

São Paulo - As ações da BM&FBovespa subiram nesta sexta-feira, em meio ao anúncio de um programa de recompra e de expectativa de ganhos da receita com novos produtos, controle de custos e maior produtividade, que ofuscaram a queda no lucro trimestral.

A ação da companhia subiu 3,68 por cento, a 9,58 reais, enquanto, o Ibovespa avançou 0,81 por cento.

Em apresentação a investidores, executivos frisaram ganhos esperados pela companhia com a entrada em funcionamento da clearing unificada (ativos, derivativos, ações e câmbio) e do novo datacenter, ambos ainda neste ano, além de maiores receitas com novos produtos.

"Neste ano, vamos entregar 16 novas soluções", disse o presidente-executivo, Edemir Pinto, citando entre outras novidades o lançamento dos recibos de ações (BDRs) de empresas europeias e novos produtos no mercado de balcão.

A BM&FBovespa previu que a participação de novos produtos na composição de suas receitas nos próximos anos seguirá crescendo. A fatia desses produtos na receita total subiu de 2,6 para 7,7 por cento entre 2009 e 2013.

A iniciativa pode ser uma forma de tornar o faturamento menos dependente às flutuações de mercado. A volatilidade dos últimos meses fez a receita líquida da empresa cair 4,7 por cento no quarto trimestre, na comparação anual, para 475,6 milhões de reais, anunciou na véspera.

Com isso, o lucro líquido somou 182,1 milhões de reais entre outubro e dezembro, ante 217,3 milhões de reais no mesmo período de 2012. A estimativa média de sete analistas ouvidos pela Reuters apontava para lucro de 227 milhões de reais.

"Esperamos ter uma receita mais diversificada", disse a jornalistas o diretor-executivo de Produtos e de Relações com Investidores, Eduardo Guardia.

A companhia calcula que após a Páscoa receberá homologação do Banco Central para funcionamento da nova clearing. A iniciativa faz parte de um programa de gestão integrada de riscos, que tende a exigir menos margens de garantia para os investidores que operarem nos diferentes mercados da bolsa.


Esse sistema e o novo datacenter estão consumindo investimentos totais de cerca de 1,5 bilhão de reais ao longo de seis anos, disse Edemir.

Com isso, o executivo avalia que a BM&FBovespa está mais preparada para a chegada de um eventual concorrente no mercado doméstico. Segundo ele, isso deve ocorrer apenas no segmento de trading, já que o pós-trading exige estrutura e investimentos de maior fôlego e nenhum player potencial até agora mostrou disposição para isso.

"Estamos esperando pela concorrência, mas ela não chega".

Para analistas as ações da empresa já estão bastante descontadas e há ganhos potenciais atraentes nos próximos trimestres.

"Esperamos ganhos signficativos para a empresa depois que as iniciativas de tecnologia estiverem totalmente implementadas", escreveu em relatório a clientes o analista Frederic De Mariz, do UBS.

Também em relatório, os analistas do BTG Pactual Eduardo Rosman, Eduardo Lobo e Jose Luis Rizzardo consideraram que as ações da empresa devem ficar vulneráveis no curto prazo a questões ligadas ao baixo volume de negócios, disputas envolvendo questões fiscais e concorrência, mas que já estão bastante depreciadas e apresentam bom ponto de compra.

Novas Regras de Listagem

A bolsa também anunciou nesta sexta-feira que mudará algumas regras de listagem. Entre outras inovações, a BM&FBovespa terá poder de recusar um pedido de listagem na Bovespa, se entender que a pretendente não apresentou informações necessárias.

Além disso, ações que ficarem com valor nominal abaixo de 1 real por mais 30 dias poderão ter negociações suspensas. E as empresas do mercado que pedirem deslistagem estarão sujeitas à exigência de oferta pública de aquisição (OPA) por valor equivalente à cotação média dos 12 meses anteriores.

As empresas listadas terão até 18 de agosto de 2015 para se adaptarem às novas regras.

A introdução das mudanças não depende de aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), disse a bolsa.

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