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BM&F Bovespa garante que não irá atrapalhar a entrada de novo concorrente

Em almoço com analistas, diretor diz que estima em dois anos a implementação de uma nova bolsa

Itaú BBA tem classificação de desempenho em linha com a média de mercado (market-perfom) para as ações ordinárias da BM&FBovespa, com preço-alvo (dez/11) 17,60 reais (Germano Lüders/EXAME)

Itaú BBA tem classificação de desempenho em linha com a média de mercado (market-perfom) para as ações ordinárias da BM&FBovespa, com preço-alvo (dez/11) 17,60 reais (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2011 às 18h22.

São Paulo – Muitas são as discussões e os rumores quanto a um novo concorrente para BM&FBovespa (BVMF3). Recentemente a Bats Global Markets e a Claritas Investments mandaram o recado: estão estudado a criação de uma plataforma para negociar ações que pode colocar em risco o monopólio da BM&F Bovespa.

Para o surgimento deste novo competidor, entretanto, existem inúmeras barreiras. Entre as principais está a exigência de uma clearing, responsável pela guarda, compensação e liquidação das operações. Atualmente, quem presta este serviço no mercado brasileiro é a CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia), que pertence a BM&F Bovespa.

Em 2009, a Bovespa reduziu os custos de transação e elevou os da clearing. “Essas medidas foram desenhadas para dissuadir novos players de entrarem no mercado”, afirmou recentemente a analista Regina Longo Sanchez, do Itaú BBA. A criação de uma clearing para este possível novo player, além de ser cara, demoraria bastante tempo devido ao tempo de aprovação pelo Banco Central; fato que forçaria este novo competidor pagar pelos serviços da clearing já existente.

No mais recente relatório do Itaú BBA, a equipe de análise detalha os principais pontos de um almoço realizado com o diretor-executivo financeiro e de relações com investidores da bolsa, Eduardo Guardia. De acordo com o executivo, o cenário mais provável é os futuros concorrentes utilizarem os serviços de clearing da BM&F Bovespa e competissem apenas na negociação de ações.

Guardia teria afirmado que a bolsa não tem interesse algum em tirar proveito do fato de possuir o monopólio do setor ao elevar os preços por serviços. Segundo ele, esta seria uma postura que poderia criar problemas com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Para a BM&F Bovespa, a concretização de um novo concorrente demoraria pelo menos dois anos, devido à questões ligadas a regulamentação e infraestrutura.

A bolsa também se defende e afirma que cobra preços competitivos no mercado. “Não estamos convencidos de que a BM&F Bovespa está cobrando taxas de negociação competitivas, apesar do fato de que os encargos totais podem estar em linha com os mercados internacionais”, disparam Regina Longo Sanchez e Alexandre Spada. Guardia reforçou ainda que a bolsa brasileira não está negociando uma fusão com o CME Group (Chicago Mercantile Exchange) e que o foco para o desenvolvimento de parcerias comerciais está longe de lá, na Ásia, mais precisamente em Hong Kong.

O Itaú BBA mantém a classificação de desempenho em linha com a média de mercado (market-perfom) para as ações ordinárias, com preço-alvo (dez/11) 17,60 reais, um potencial de valorização de 55%. “Em linhas gerais, os múltiplos são inferiores na comparação com a média, porém, o fluxo de notícias não deve ajudar no curto prazo. Em 2011, os papéis registram queda de 10,7%, contra uma desvalorização de 2,3% do Ibovespa.

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