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BM&FBovespa e CVM querem estimular IPOs menores

Uma comitiva vai visitar, entre maio e junho, países dos continentes americano, europeu e asiático, nos quais são registrados IPOs menores

Na semana passada, a presidente da CVM, Maria Helena Santana, havia dito que o órgão estudava flexibilizar as regras para incentivar IPOs menores que US$ 300 milhões (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

Na semana passada, a presidente da CVM, Maria Helena Santana, havia dito que o órgão estudava flexibilizar as regras para incentivar IPOs menores que US$ 300 milhões (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2012 às 18h44.

São Paulo - Uma comitiva formada pela BM&FBovespa, Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e órgãos do governo vai visitar, entre os meses de maio e junho, sete países dos continentes americano, europeu e asiático, nos quais são registradas ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) menores. O objetivo da iniciativa, de acordo com Edemir Pinto, diretor presidente da BM&FBovespa, é avaliar as características desses mercados e medidas que possam servir de estímulo no Brasil.

O tíquete médio no Brasil nos últimos anos das aberturas de capital tem sido de US$ 460 milhões, segundo o executivo. "Esse tíquete é muito alto comparado a outros países. Temos conversado muito com a CVM para buscar alternativas para flexibilizar mais IPOs menores", disse ele, durante evento que marcou o início da negociações das ações da companhia de frotas Locamerica na BM&FBovespa, cujo IPO pode ter movimentado até R$ 313,9 milhões.

O grupo deve ser dividido em dois, segundo ele, para que sejam visitados os países Inglaterra, Austrália, Polônia, Espanha, Canadá, Coreia do Sul e China. Também integram a comitiva o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

"Estamos buscando uma resposta rápida para atrair operações menores para a BM&FBovespa. Há um potencial de 15 mil empresas que faturam entre R$ 100 milhões a R$ 400 milhões que podem alavancar os seus projetos através do mercado de capitais brasileiro", disse Edemir, em conversa com jornalistas.

Na semana passada, a presidente da CVM, Maria Helena Santana, havia dito que o órgão estudava flexibilizar as regras para incentivar IPOs menores que US$ 300 milhões. Na Austrália, por exemplo, a faixa média dos IPOs foi de US$ 66 milhões no ano passado, enquanto no Canadá chegou a US$ 27 milhões, segundo Maria Helena. "No Brasil, o valor médio dos IPOs foi de US$ 418 milhões no ano passado. Essa diferença em relação a outros países deve servir de inspiração para adequarmos o nosso mercado ao restante do mundo", avaliou ela, na ocasião.

Mercado latino-americano

Edemir disse que a BM&FBovespa mantém conversas com as bolsas de valores do Peru e da Colômbia para firmar acordos que permitam não só a troca de experiências, mas também a listagem cruzada de produtos. A estratégia da bolsa brasileira faz parte do seu desejo de participar do Mercado Integrado Latino-Americano (Mila).

Segundo Edemir, está sendo avaliada a possibilidade de atrair o México também. O pontapé inicial foi dado há cerca de 10 dias, quando a BM&FBovespa firmou um acordo com a Bolsa de Comercio de Santiago (BCS) para desenvolver o mercado de derivativos no Chile. "Já estamos trabalhando para desenhar produtos para listar no País. O mercado chileno ainda é muito pequeno e incipiente", avaliou ele, sem dar mais detalhes.

O acordo entre a BM&FBovespa e a BCS prevê transferência de conhecimento no que se refere ao mercado de derivativos, incluindo produtos como opções e futuros sobre ações, taxas de juros e câmbio. A aliança entre as duas bolsas teve início em dezembro de 2010. Segundo a BM&FBovespa, estão previstos outros projetos estratégicos com a BCS, tais como a conectividade entre as duas bolsas, levando em conta, principalmente, o roteamento de ordens e a distribuição de informações de mercado.

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