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BM&FBovespa descarta IPOs até o fim do ano

A "secura" no mercado de IPOs é a pior já vista desde o período de 2002 a 2005


	Bovespa: "o ano está muito desafiador para IPOs", disse o diretor presidente da bolsa
 (Nacho Doce/Reuters)

Bovespa: "o ano está muito desafiador para IPOs", disse o diretor presidente da bolsa (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2014 às 11h16.

São Paulo - A BM&FBovespa não tem expectativa de ser palco de aberturas de capital neste ano, segundo seu diretor presidente, Edemir Pinto. O ambiente para ofertas iniciais públicas de ações (IPO, na sigla em inglês) foi se deteriorando ao longo deste ano, admitiu ele, e é pouco provável que ocorra alguma operação até dezembro.

"O ano está muito desafiador para IPOs. O investidor estrangeiro, que tem maior participação nas ofertas de ações no Brasil, até reduziu o pessimismo visto no começo do ano. Por outro lado, os empresários brasileiros ficaram mais pessimistas do que estavam no início de 2014", disse.

A "secura" no mercado de IPOs é a pior já vista desde o período de 2002 a 2005, quando o segmento ficou praticamente fechado para novas ofertas de ações. A BM&FBovespa não passava um ano sem listar pelo menos uma nova empresa desde 2004.

Diante da ausência de aberturas de capital, a saída de empresas da bolsa, segundo Edemir, fica mais evidente, mas o movimento visto é normal e ocorre não só no Brasil, mas também em outros mercados.

"A deslistagem de empresas da bolsa acontece por 'n' razões. Não temos visto nada de anormal, mas a ausência de novas aberturas leva à visão mais pessimista de olhar quem está saindo", acrescentou o diretor presidente da BM&FBovespa.

O diretor executivo de produtos e relações com investidores da bolsa, Eduardo Guardia, acrescentou que vêm ocorrendo muitos investimentos de fundos de private equity (que compram participações em empresas) em grupos brasileiros. Em algum momento, disse ele, esse movimento deve motivar aberturas de capital. Isso porque esses investidores aportam recursos e depois desinvestem, às vezes recorrendo a IPOs.

Ontem, a BM&FBovespa informou que obteve um lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 250,1 milhões no segundo trimestre do ano, queda de 28,7% em relação ao mesmo período de 2013. Na primeira metade do ano, o lucro da Bolsa atingiu R$ 506,2 milhões, recuo de 18,1%.

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