(Kevin Lamarque/Reuters)
As falas de James Bullard, presidente do Federal Reserve (Fed) de St. Louis, soaram como um alerta para o mercado financeiro. Conhecido por sua abordagem contracionista, Bullard, que é membro do comitê de política monetária do Fed, o FOMC, disse que o ritmo da alta de juros pode acelerar para 0,75% e chegar ao fim do ano em 3,5%.
"O peso da fala do Bullard é muito grande, porque ele foi um dos primeiros diretores do Fed a perceber que a inflação não era só temporária", disse Fábio Akira, economista-chefe da BlueLine Asset Management, no programa Abertura de Mercado desta terça-feira, 19 de abril.
Bullard, por sinal, foi o único a votar na última reunião para uma alta de juro de 50 pontos base, enquanto a maioria optou por uma primeira elevação de 25 pontos base. O consenso do mercado para a próxima reunião do Fomc, em maio, é de que exista maior apoio à alta de 50 pontos base. "Agora, ele está liderando o processo falando em 75 pontos base."
"Os juros futuros americanos subiram de maneira muito acelerada, o que aumenta os riscos de uma recessão na economia americana, tendo consequências globais em todos os mercados (ações, câmbio, ou títulos)", disse Akira.
Segundo o economista, a BlueLine tem adotado uma abordagem mais conservadora diante desse cenário. "Estamos neutro no mercado de ações, comprados em dólar (apostando na alta) contra moedas de baixa taxa de juros, como o euro e o iene. Mas estamos vendidos (apostando na queda) em moedas ligadas às commodities, como o real. Grande parte das nossas posições também estão ligadas à alta dos juros americanos."
Para saber mais notícias sobre o mercado, assista ao programa, que é transmitido ao vivo de segunda a sexta, às 8h, no perfil da EXAME Invest no YouTube e no Instagram.
Se você ainda não conhece o programa, inscreva-se no canal da EXAME Invest para ficar sabendo da visão dos analistas de mercado e dos economistas.