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Blockchain é palavra proibida para ETFs nos EUA

Dois fundos negociados em bolsa correm para ajustar seus nomes depois que a SEC os incentivou a remover a palavra “blockchain”

Blockchain (iStock/Thinkstock)

Blockchain (iStock/Thinkstock)

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 15 de janeiro de 2018 às 15h30.

Pode chamar um ETF de blockchain do que quiser -- menos de “blockchain”.

Dois fundos negociados em bolsa que investem em empresas envolvidas no desenvolvimento da tecnologia digital que serve de base para transações de criptomoedas correm para ajustar seus fundos depois que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) os incentivou a remover a palavra “blockchain” no último momento, segundo pessoas a par do assunto.

Os fundos da Amplify Investments e da Reality Shares, que terão empresas de tecnologia como a alemã SAP e a japonesa Hitachi, deveriam começar a operar na quarta-feira.

O pedido é quase irônico, considerando que até mesmo a filial de Fort Worth, Texas, do órgão regulador fez piada no Twitter nesta semana dizendo que “pensamos em adicionar ’Blockchain’ ao nosso nome para aumentar os nossos seguidores em 70.000 por cento”.

O interesse pela tecnologia surgiu como um poderoso tema de investimento. Por exemplo, a empresa de bebidas Long Island Iced Tea mudou de nome para Long Blockchain e viu o preço de suas ações quase triplicar em um dia.

E as ações da Eastman Kodak deram um salto de 245 por cento em dois dias depois que a empresa de tecnologia de imagem anunciou, no início da semana, que trabalha em um serviço baseado em blockchain para pagamento de fotógrafos por suas fotos.

Caminho ao mercado

Talvez isso tenha gerado preocupação no órgão regulador. A SEC passou uma semana ocupada investigando criptomoedas e já frustrou os planos de uma dúzia de ETFs de bitcoins para proteger os investidores.

A preocupação da agência, no entanto, era resultado da forma de avaliar as voláteis moedas digitais, disseram pessoas com conhecimento do assunto na ocasião. Neste caso, a preocupação parece mais cosmética.

Após pedirem aprovação da SEC com menos de 24 horas de diferença uma da outra, em novembro, os anteprojetos de ambos os fundos deveriam entrar em vigor na terça-feira, preparando o caminho para vendas concorrentes na quarta-feira.

Agora o cronograma está em risco e a SEC ainda pode bloquear os fundos rebatizados. Ryan White, porta-voz da SEC, preferiu não comentar.

Os ETFs planejados deveriam se chamar Amplify Blockchain Leaders ETF e Reality Shares Nasdaq Blockchain Economy ETF.

O fundo da Amplify será gerenciado ativamente e o fundo da Reality Shares acompanhará um índice de empresas “que estão comprometendo recursos materiais para desenvolver, pesquisar, apoiar, inovar ou utilizar a tecnologia do blockchain”, segundo comunicado regulatório.

Cerca de 60 por cento do índice, que é reequilibrado duas vezes por ano, é composto por empresas do setor de tecnologia da informação, segundo o website da Reality Shares. O índice avançou 5 por cento neste ano.

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