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BlackRock (BLAK34) é acusada de sacrificar interesses dos clientes em nome da agenda climática

A maior gestora do mundo foi acusada de desinvestir em empresas de energia por causa das pressões de grupos ambientalistas, prejudicando seus clientes

BlackRock (BLAK34) (Toru Hanai/Reuters)

BlackRock (BLAK34) (Toru Hanai/Reuters)

A BlackRock (BLACK34), maior gestora de investimentos do mundo, foi acusada de sacrificar os interesses de seus clientes em nome da agenda climática.

A BlackRock foi acusada por procuradores-gerais de 19 estados dos Estados Unidos, incluindo Arizona e Texas, governados pelo Partido Republicano. Segundo eles, o dinheiro aplicado no fundo seria utilizado para uma "agenda ativista", por exemplo, priorizando as opiniões de ativistas climáticos e boicotando as empresas de energia.

As tensões entre o fundo e o estado do Texas, em particular, chegaram ao auge no mês passado, quando o procurador-geral local acusou a BlackRock de violar uma lei de 2021 que visa proteger o setor de energia da crescente popularidade dos investimentos voltados para o ESG.

Caso um juiz texano considere a acusação procedente, a BlackRock poderia ser impedida de administrar os fundos de aposentadoria de funcionários do governo do Texas, que representam bilhões de dólares.

O procurador-geral do Arizona, Mark Brnovich, declarou que "o estado não ficará inerte diante de nossos aposentados cujas economias são sacrificadas pela agenda climática da BlackRock".

A posição da BlackRock na assembleia de acionistas da ExxonMobil, um dos gigantes petrolíferos do mundo, foi significativa: o fundo apoiou um pequeno consórcio de acionistas "rebeldes" e ambientalistas, favorecendo a entrada no conselho de administração de dois de seus representantes, justamente para incitar o grupo a deslocar o seu peso para as energias renováveis.

BlackRock responde às críticas

A BlackRock diz que está procurando corrigir “equívocos” e “declarações imprecisas” sobre sua posição climática.

Em uma carta divulgada na quinta-feira, 9, a BlackRock salientou como a empresa nunca ditou metas específicas de emissão para nenhuma empresa e que não alinha suas decisões de investimento ou votos de acionistas com opiniões sobre questões climáticas, como alegaram os procuradores.

A BlackRock rejeitou a acusação de boicotar as empresas de energia, salientando como investiu “centenas de bilhões de dólares” no setor, e especificou que seu ativismo nunca visa "prejudicar" uma empresa, mas ao contrário favorecer a "criação de valor a longo prazo".

No documento, o fundo explicou que está seguindo uma ampla tendência de formuladores de políticas e pesquisas quando se trata de questões climáticas, e que os votos de seus acionistas e as decisões de investimento refletem que, geralmente, seus profissionais de investimento acreditam que as mudanças climáticas representam riscos e oportunidades reais para os investidores. Todavia, para a BlackRock, essa crença “não é de forma alguma única” dentro da empresa.

"A descarbonização está avançando em velocidades diferentes em diferentes áreas do mundo, o planejamento público é essencial", escreveu o CEO da BlackRock, Larry Flinn, em sua última carta aos acionistas, especificando que "focamos na sustentabilidade porque somos capitalistas, não porque somos ecologistas, e temos uma relação de confiança com nossos clientes".

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