China: mercados do país podem se beneficiar em 2025 (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter
Publicado em 25 de março de 2025 às 06h30.
Em 2025, os mercados dos Estados Unidos enfrentaram uma série de desafios, com uma correção recente no mercado de ações, acompanhada de perspectivas econômicas cada vez mais desfavoráveis.
Essa situação tem gerado um debate crescente sobre a possibilidade de os investidores buscarem alternativas fora dos EUA, já que os mercados internacionais, após anos de desempenho inferior, estão superando os americanos.
Um relatório da BlackRock, compartilhado pelo Business Insider, sugere que os investidores considerem dois mercados em particular para encontrar melhores retornos: Japão e China.
A BlackRock está otimista com o Japão, onde o panorama de lucros das empresas tem se mostrado mais favorável. A gestora acredita que reformas corporativas e uma inflação moderada devem impulsionar a rentabilidade das empresas japonesas, que recentemente alcançaram os maiores níveis de retorno sobre o capital em quatro décadas.
Na última semana, o índice Topix do Japão subiu 3,3%, superando o ganho de apenas 0,5% do S&P 500. No entanto, a gestora alerta para o risco de uma possível valorização do iene, o que poderia afetar negativamente os lucros das empresas japonesas. Embora a apreciação da moeda tenha desacelerado, os analistas recomendam acompanhar de perto os dados econômicos do Japão e as decisões do banco central do país.
A China, a segunda maior economia do mundo, por sua vez, está sendo impulsionada pelos avanços recentes em inteligência artificial e tecnologia. A intensa competição no setor de IA, com projetos chineses ganhando força, tem desafiado a liderança dos EUA, o que contribuiu para um crescimento de 20% no índice Hang Seng.
Apesar disso, a China também enfrenta riscos, como tarifas comerciais e dificuldades estruturais. Em 2024, o governo chinês adotou regulamentações rigorosas que afastaram investidores do setor de tecnologia, mas agora está trabalhando para corrigir essas políticas. A BlackRock continua confiante, embora vigilante, quanto às potenciais mudanças na economia chinesa.
Embora o relatório da BlackRock destaque as oportunidades no Japão e na China, o mercado dos EUA ainda tem gerado alguma esperança.
Alguns analistas apontam que o excepcionalismo americano pode retomar força. O banco Morgan Stanley (MS), por exemplo, observou que um aumento nas ações das grandes empresas de tecnologia dos EUA poderia ser o fator necessário para reiniciar a recuperação dos mercados.
Além disso, notícias de que a próxima rodada de tarifas comerciais poderia ser mais branda do que o esperado ajudaram a impulsionar os índices S&P 500 e Nasdaq, que subiram na segunda-feira, 24.
Mas a BlackRock ainda mantém uma visão positiva sobre os EUA, com expectativas de crescimento impulsionado pela inteligência artificial e pela expansão dos lucros. Mas adverte: os aumentos nos rendimentos de títulos de longo prazo ou novos confrontos comerciais globais podem representar riscos ao avanço do mercado.