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BlackRock cética com Petrobras e otimista com OGX

Will Landers, gestor para América Latina do fundo, revela também a projeção de 90 mil pontos para o Ibovespa em 2011

Para Will Landers, ações da OGX têm ajudado a compensar as perdas com a Petrobras (.)

Para Will Landers, ações da OGX têm ajudado a compensar as perdas com a Petrobras (.)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2010 às 14h59.

São Paulo - A capitalização da Petrobras (PETR4); (PETR3) parece ter minado a confiança dos investidores na estatal brasileira. Nos últimos dias, Barclays e Itaú já reduziram fortemente as projeções para a empresa para assumir o cenário pintado após a megaoferta de R$ 120 bilhões realizada em setembro. Agora, um tradicional investidor, a BlackRock, revela também que não vê razões para ampliar o investimento nos papéis da Petrobras, mesmo após a queda de aproximadamente 28% dos papéis no ano.

"Como brasileiro, o fato de que a Petrobras pôs uma oferta de 70 bilhões de dólares a dez dias da eleição presidencial mostra claramente a diferença do Brasil de 2010 em relação ao de 2002. Agora, como acionistas - e somos acionistas desde que os fundos existem - o que fizemos foi reduzir um pouco a posição em Petrobras no começo do ano. O mercado estava muito ansioso com a operação e o preço não foi atrativo para aumentar a nossa posição agora", explica Will Landers, gestor para a América Latina da BlackRock, em entrevista ao Site Exame.

A BlackRock, maior gestora de fundos do mundo, é a maior acionista privada na Petrobras, de acordo com os dados publicados ao final de agosto. Para Landers, é difícil salientar os possíveis catalisadores de curto prazo para as ações da Petrobras. "Ela tem ativos super bons, mas ficou caro para ela explorar as concessões. Além disso, o plano de investimentos de 225 bilhões de dólares precisará aumentar e a empresa irá continuar com uma fluxo de caixa negativo por cinco anos. Nesse cenário, os retornos deveriam ser mais altos, não mais baixos", diz.

Com isso, Landers afirma que está mais interessado em outros papéis listados na bolsa brasileira, como Vale, Itaú, AmBev, Cyrela "e outras de construção civil que nos parecem mais atrativas em uma visão de 6 a 12 meses", ressalta. Indagado sobre as projeções para a OGX (OGXP3), o gestor revela que gosta dos papéis e que eles estão entre os 10 principais do seu portfólio. "A aquisição de parte da Repsol Brasil pela Sinopec mostra o interesse em ativos no Brasil", explica. A chinesa pagou cerca de 7 bilhões de dólares por 40% do capital da empresa.

Olho na OGX

"Mas é bom destacar que existem duas diferenças entre a Repsol e a OGX. A OGX é a operadora dos campos em que possui, enquanto a Repsol é minoritária da Petrobras e não sabe quando os campos serão explorados. Além disso, a Repsol está em águas profundas e a OGX em águas rasas. No nível entre 22 e 23 reais, as ações da OGX são interessantes e ajudam a compensar as perdas com a Petrobras", diz. Para ele, teoricamente, o  custo de exploração e o risco da OGX é mais baixo. "Quem comprar uma participação na OGX entrará ao lado do controlador. Na Repsol o acionista é minoritário do minoritário".

Por fim, Landers revelou otimismo com o mercado de ações brasileiro para o próximo ano. "Tirando o desconto de Petrobras, as eleições e medo de uma alta mais elevada nos juros, o Ibovespa continua negociando abaixo dos emergentes, da média mundial e dos mercados desenvolvidos. Os riscos intrínsecos vêm caindo. Em 6 meses achávamos que 75 mil seria bom. Agora,  acho que 90 mil pontos para o índice no segundo semestre do ano que vem é factível", diz.

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