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Black Friday das small caps: oportunidades nas pequenas empresas da Bolsa

Dentro das empresas com baixo valor de mercado, especialistas apontam as ações que estão com desconto na Bolsa e podem oferecer bom potencial de valorização

 (dowell/Getty Images)

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Paula Barra

Publicado em 27 de novembro de 2020 às 18h01.

Última atualização em 27 de novembro de 2020 às 18h17.

Em tempos de Black Friday, algumas ações fora do radar dos grandes investidores, com valor de mercado baixo, podem estar dando bons descontos para aqueles que buscam por pechinchas na Bolsa.

Por não atraírem o interesse de grandes instituições financeiras, muitas vezes esses papéis, conhecidos como small caps, são negociados com desconto por serem mal precificados no mercado. Mas é preciso saber avaliar, reforçam especialistas do mercado, uma vez que nem tudo que está barato vale a pena, principalmente falando sobre essas ações de menor porte na Bolsa, que podem oferecer alto potencial de retorno, mas também maior risco. 

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Dado a menor liquidez, esses papéis costumam ter uma volatilidade mais acentuada. Da máxima do Ibovespa no ano, atingida no dia 23 de janeiro, quando bateu os 119.534 pontos, até o pior momento, no dia 19 de março, quando tocou os 61.690 pontos na cotação intradiária, o benchmark da bolsa brasileira caiu 48,4%. No mesmo período, o Índice de Small Caps (SMLL) da B3 recuou 55,2%. Por outro lado, na recuperação, do fundo de março para cá, o SMLL acumula alta de 94,6%, enquanto o Ibovespa avança 80,2%. 

O que pode valer a pena? 

Separando o joio do trigo, dentro do seu universo de cobertura de small caps, Bruno Lima, analista da Exame Research, aponta para três papéis que vê com preços interessantes: Tupy (TUPY3), IMC (MEAL3) e Aliansce (ALSO3). Ambos, presentes na carteira Ironcaps da Exame Research, voltada para investimentos nessas empresas de menor porte da Bolsa. 

Para Tupy, ele tem como preço-alvo 30,19 reais por ação para 2021, o que implica em um potencial de valorização de 35% frente ao fechamento de ontem. Segundo o analista, a tese de investimento está pautada na percepção de que: um, a empresa é bem posicionada no mercado, com altas barreiras de entrada e elevados custos para que seus clientes troquem de fornecer; dois, possui um portfólio diversificado; três, tem uma equipe de gestão experiente, com alto conhecimento dentro da indústria; e quatro, potenciais sinergias com a aquisição da Teksid. 

No caso de IMC, dona das redes Frango Assado e Pizza Hut, ele tem como preço-alvo 8,00 reais, ou potencial de alta de 85,6% frente ao fechamento de ontem. Lima diz que a posição na empresa está baseada em uma avaliação de que o mercado de alimentação fora de residência é bastante pulverizado, oferecendo oportunidades. Além disso, vê perspectiva de retomada do tráfego aéreo, assim como em rodovias, o que seria positivo para os fluxos nos restaurantes da companhia. 

Para Aliansce, comenta que a tese de investimento é derivada do valor que enxerga para o papel, que negocia, em sua visão, muito descontado em Bolsa, mesmo usando premissas consideradas conservadoras no cálculo. O preço-alvo da ação é em 38,00 reais para 2021, o que implicaria um potencial de valorização de 38,6%.

Já o analista Henrique Esteter, da Guide Invetimentos, destaca três ações: Bradespar (BRAP4), Minerva (BEEF3) e Movida (MOVI3). Embora holding que detém participações da Vale, a Bradespar, assim como as outras duas, estão presentes no Índice de Small Caps da B3.

Segundo ele, mesmo com a alta de Bradespar de mais de 60% no ano, ainda vê a ação como barata na Bolsa. "O papel tem uma solidez muito grande, com o preço do minério elevado e a Vale gerando muito caixa. Bradespar é um desses cases de small caps que gostamos", comenta.

Sobre Minerva, ele diz que, apesar do ano fraco, com a ação acumulando queda de 19%, a empresa operacionalmente falando está muito forte, gerando muito caixa e reduzindo seu índice de alavancagem, além de ter voltado a pagar dividendos. "Vemos como grande oportunidade".

No caso de Movida, ele comenta que, embora o grande destaque no setor de locação de automóveis tenha ficado este ano com Localiza e Unidas, por conta da fusão, Movida é um case que vê como interessante, acreditando que a ação tem espaço para andar até o fim do ano, e em 2021. "As perspectivas são muito positivas para a empresa". Neste ano, a ação da companhia está praticamente parada na Bolsa, acumula alta de 1,99% até agora.

No mesmo sentido, em entrevista à EXAME Invest publicada no início desta semana, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, gestora especializada em investimentos em small caps, apontou três ações presentes em seus portfólios que vê como baratas na Bolsa, dando boas oportunidades. São elas: São Martinho (SMTO3), Tupy (TUPY3) -- mencionada pela segunda vez entre os especilistas -- e Simpar (SIMH3), holding que controla a JSL e Movida. Confira a entrevista na íntegra aqui.

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