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Bitcoin voa alto em sua estreia no mercado futuro

Criptomoeda superou sem dificuldade a barreira de 18.000 dólares por unidade

Bitcoin: estreia na CBOE demonstrou a tendência de volatilidade da criptomoeda (Benoit Tessier/Reuters)

Bitcoin: estreia na CBOE demonstrou a tendência de volatilidade da criptomoeda (Benoit Tessier/Reuters)

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AFP

Publicado em 12 de dezembro de 2017 às 06h31.

O bitcoin, a polêmica moeda virtual, teve uma estreia triunfal no mercado financeiro internacional, superando sem dificuldade a barreira de 18.000 dólares por unidade, ao mesmo tempo que reguladores advertem para os riscos das criptomoedas.

A cotação a futuro para janeiro do Bitcoin (símbolo XBT) fechou em US% 18.850 às 21H15 GMT (19H15 de Brasília) de segunda-feira, no primeiro dia de negociações, um pouco baixo do pico registrado na sessão, mas muito acima dos 15.000 dólares da abertura no domingo à noite na Chicago Board Options Exchange (CBOE), uma das duas plataformas de negociação deste tipo de contratos nos Estados Unidos.

A CBOE foi a primeira oportunidade oficial para os investidores profissionais de investir no bitcoin, criado em 2009 e que é alvo de desconfiança pela ausência de regulação e falta de transparência, o que torna a moeda virtual atraente para criminosos e traficantes que desejam lavar dinheiro.

A Chicago Mercantile Exchange (CME) iniciará negociações na próxima semana e muitos esperam que o mesmo aconteça em 2018 com a Nasdaq, a plataforma em que operam Google e Facebook.

No entanto, em um sinal da incerteza provocada pelo avanço meteórico do bitcoin, a Securities and Exchange Commission (SEC), que regulamenta a Bolsa nos Estados Unidos, advertiu na segunda-feira os investidores sobre os riscos das criptomoedas e as ofertas iniciais de moeda, uma importante ferramenta para financiar novas divisas.

"Os investidores deveriam entender que até agora nenhuma oferta inicial de moeda foi registrada na SEC", disse o presidente da Comissão, Jay Clayton.

Muitos bancos permaneceram à margem da cotação na CBOE.

Mas o presidente da CBOE, Ed Tilly, afirmou que os críticos devem expressar o ceticismo no mercado.

"Se é uma fraude, se é uma bolha, se é legítimo (...) você poderá expressa todos estes pensamentos em um mercado transparente", disse Tilly.

A estreia na CBOE demonstrou a tendência de volatilidade do bitcoin: a cotação foi suspensa duas vezes por oscilações bruscas de preço.

A CBOE "dá legitimidade porque reconhece que o bitcoin é um ativo como qualquer outro (dólar, euro, petróleo, gás, soja) que pode ser negociado", explicou Nick Colas, analista da Data Trek Research.

A estreia da moeda virtual em um grande mercado internacional foi "bastante tranquila e estável", disse à AFP Bob Fitzsimmons, diretor de contratos futuros da Wedbusch Securities.

Os defensores chamam o bitcoin de "ouro digital". Sua origem é um software criptografado supostamente criado por um programador desconhecido.

As negociações são exclusivamente eletrônicas. Sem existência física, o bitcoin apoia-se em um sistema de pagamento entre pessoas P2P baseado em uma tecnologia denominada "blockchain".

A moeda virtual divide os economistas, grandes instituições financeiras e investidores, mas encontrou eco em países excluídos do sistema financeiro americano, como a Venezuela, ou com uma inflação e deflação elevadas.

O entusiasmo chegou recentemente aos países ocidentais, onde as ações das empresas cotadas são muito caras, o que empurra alguns investidores e pequenos correntistas a buscar outros produtos financeiros.

Mas para Jamie Dimon, diretor executivo do banco americano JPMorgan Chase, o instrumento é uma "fraude".

E uma "bolha especulativa" que provavelmente vai "implodir", na opinião dos vencedores do Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz e Jean Tirolle.

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