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Bitcoin avança 11% em dia de queda global dos mercados

Criptomoeda já valorizou em torno de 200% em 2019, após um longo período de baixa

 (Dado Ruvic/Illustration/File Photo/Reuters)

(Dado Ruvic/Illustration/File Photo/Reuters)

TL

Tais Laporta

Publicado em 5 de agosto de 2019 às 15h41.

Última atualização em 5 de agosto de 2019 às 15h51.

Na contramão da maior parte dos ativos globais, a moeda digital bitcoin chegou a valorizar mais de 11% nesta segunda-feira (5), negociada a 11.903 dólares. Outras criptomoedas também seguiram o movimento de alta, enquanto as bolsas e moedas emergentes sofreram fortes perdas diante da piora das tensões comerciais entre EUA e China.

Mais cedo, a segunda maior economia do mundo contra-atacou o governo Trump em resposta à imposição, na semana passada, de novas tarifas sobre seus produtos. O país asiático desvalorizou sua moeda, o yuan, para o menor nível em uma década, e proibiu as importações de produtos agrícolas norte-americanos.

A escalada das tensões entre os dois países elevou os temores de uma desaceleração da economia global e provocou uma corrida de investidores para longe dos ativos de maior risco, fortalecendo o dólar.

Em reação, houve uma queda generalizada nas bolsas asiáticas, enquanto os índices europeus fecharam no nível mais baixo em dois meses. Wall Street também caía pelo mesmo caminho.

“Com a turbulência nos mercados e nas ruas, de repente o ‘ouro digital’ não parece uma má ideia”, disse à Bloomberg o sócio de investimentos em blockchain da consultoria Kenetic Capital, Jehan Chu, de Hong Kong.

Historicamente, o bitcoin tem uma baixa correlação com outras classes de ativos, mas a cotação vem caminhando na direção oposta das bolsas asiáticas. Analistas não descartam a possibilidade de esta valorização estar relacionada com uma fuga de capital da China.

Outros ativos considerados um “porto seguro” dos investimentos, como o ouro, também se valorizaram nesta segunda. O metal precioso alcançou o maior valor em seis anos,  para 1.462,40 dólares por onça-troy, diante dos temores com a tensão global.

“A aversão ao risco está se espalhando nos mercados financeiros, e isso é algo que definitivamente ajuda o ouro”, disse à Reuters Carsten Menke, analista da Julius Baer.

O iene japonês, considerado um ativo de segurança, subiu para máxima em sete meses, com o dólar cotado abaixo de 106 ienes.

Criptomoeda já subiu 200% no ano

Após um longo ciclo de baixa, o bitcoin vem apresentando forte valorização. No acumulado do ano, a criptomoeda já avança 200%, apontando para uma recuperação próxima a seu pico histórico, alcançado no final de 2017.

A alta da moeda também acontece após o governo Trump ter questionado a criação da criptomoeda do Facebook, a Libra.

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