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Bernard Arnault será CEO da LVMH até os 85 anos, decidem acionistas do conglomerado de luxo

A decisão prolonga a liderança de Bernard Arnault à frente da LVMH, apesar dos desafios impostos pelas tarifas de Trump

Bernard Arnault, CEO da LVMH, segue no comando do conglomerado de luxo até os 85 anos (Chesnot/Getty Images)

Bernard Arnault, CEO da LVMH, segue no comando do conglomerado de luxo até os 85 anos (Chesnot/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 17 de abril de 2025 às 09h24.

Os acionistas do conglomerado de luxo LVMH, dono de marcas como Louis Vuitton, Sephora e Tiffany, aprovaram nesta quinta-feira uma mudança no estatuto da empresa para permitir que seu atual CEO, Bernard Arnault, de 76 anos, continue no comando do grupo até os 85 anos.

Aumento da idade máxima no cargo de CEO

A mudança no estatuto, aprovada por 99,18% dos votos, prevê que a idade máxima para o cargo de presidente e diretor executivo suba de 80 para 85 anos. Em 2022, o limite para o cargo já havia sido ampliado de 75 para 80 anos.

CEO de um império de luxo construído à base de aquisições sucessivas, Arnault está no cargo desde 1989 e não dá nenhum sinal de que pretende apontar um sucessor.

Ele tem cinco filhos — dois do seu primeiro casamento e três de seu matrimônio atual, com Hélène Mercier. Todos os herdeiros (Delphine, de 50 anos; Antoine, 47; Alexandre, 33; Frédéric, 30; e Jean, 26) têm cargos de alto escalão no grupo.

Reestruturação e novos negócios da família Arnault

Em novembro, uma reestruturação no grupo trouxe de volta Alexandre Arnault à sede da LVMH em Paris, vindo da Tiffany em Nova York. A empresa também anunciou em março que Frédéric Arnault, diretor-geral da Financière Agache — uma das holdings por meio da qual a família controla sua participação na LVMH — assumirá a direção da marca italiana de cashmere Loro Piana a partir de junho.

A LVMH e seus desafios econômicos

Com fortuna estimada em cerca de US$ 176 bilhões, segundo o ranking de bilionários da Bloomberg, Arnault é a pessoa mais rica da Europa.

Seu conglomerado é de longe o maior grupo de luxo do mundo em faturamento. Em 2024, a LVMH teve vendas de € 84,7 bilhões. Recentemente, a Hermès ultrapassou a LVMH em valor de mercado, com suas ações tendo um desempenho melhor na Bolsa de Valores de Paris e a empresa alcançando uma avaliação de € 249 bilhões, ou R$ 1,656 trilhão.

Mas o faturamento da Hermès é bem menor — no ano passado, a grife francesa somou vendas de € 15,2 bilhões.

Herdeiros de Bernard Arnault

Alexandre e Delphine, filhos mais velhos de Bernard Arnault, já fazem parte do conselho da LVMH. Arnault tem forte presença nos círculos políticos franceses e é frequentemente convidado ao Palácio do Eliseu quando chefes de Estado visitam Paris.

No entanto, causou polêmica ao participar da posse de Donald Trump como presidente dos EUA e declarar que havia “um vento de otimismo soprando nos Estados Unidos” — em contraste com sua terra natal, a França.

Controvérsias e impactos das tarifas de Trump

Arnault e Trump se conhecem desde os anos 1980, quando o empresário francês se mudou para Nova York, num período em que a França era governada pelo partido de esquerda socialista. Na ocasião, Arnault tentou iniciar um negócio no setor imobiliário, mas não teve êxito.

Em 2012, o empresário foi alvo de críticas em seu país após ter revelado que teria pedido a nacionalidade belga para fugir de um aumento de impostos na França. Ele acabou voltando atrás na iniciativa.

Apesar de sua proximidade com Trump, as tarifas impostas pelos EUA às importações de quase todos os países do mundo em seus primeiros meses de mandato foram um duro golpe ao setor de luxo. E explicam, em parte, a queda das ações da LVMH na Bolsa este ano, o que fez a empresa perder para Hermès o posto de maior grife de luxo em valor de mercado.

A proximidade de Arnault com Trump e os impactos econômicos das tarifas de importação revelam as tensões do setor de luxo global.

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