Invest

Gigante de NY, Bed Bath & Beyond pede recuperação judicial nos EUA

Varejista Bed Bath & Beyond, que vende utensílios domésticos desde os anos 1970, vinha em crise nos últimos anos e ações derreteram; centenas de lojas podem ser fechadas

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 23 de abril de 2023 às 11h22.

Última atualização em 23 de abril de 2023 às 11h44.

O cenário difícil do varejo fez mais uma vítima. Nos Estados Unidos, a gigante varejista Bed Bath & Beyond, que vende utensílios de cama, mesa e banho desde os anos 1970, entrou com pedido de recuperação judicial neste domingo, 23.

Loja da Bed Bath & Beyond no Brooklyn: centenas de lojas fechadas nos últimos anos (Stephanie Keith/Getty Images)

O processo de proteção em meio à falência (o "Chapter 11" na lei americana) foi aberto em Nova Jersey, onde fica a sede da empresa. Os próximos passos dependerão da capacidade da companhia de se capitalizar ou vender o controle a um investidor interessado. Parte das quase 500 lojas também devem ser fechadas.

A empresa estimou ter ativos de US$ 4,4 bilhões e dívida de US$ 5,2 bilhões em novembro passado, de acordo com a Bloomberg.

No ano passado, a varejista já havia declarado que tinha "sérias dúvidas" sobre se conseguiria sobreviver.

As ações da Bed Bath caíram 87% neste ano antes da recuperação judicial, e a empresa perdeu um prazo para pagar títulos de sua dívida em torno de US$ 1 bilhão.

Nos últimos meses, a varejista vinha fazendo uma última tentativa de levantar fundos emergenciais com investidores, primeiro buscando chegar a US$ 1 bilhão e, por último, um valor menor de US$ 300 milhões. Mas ambas as tentativas falharam e a companhia se viu em dificuldades financeiras que não poderiam mais ser solucionadas, pioradas ainda pelo cenário de juros altos.

O que levou a Bed Bath & Beyond à recuperação judicial

Como outras varejistas, a Bed Bath & Beyond, que nasceu em Nova Jersey com somente uma loja local e se tornou uma rede nacional nos EUA, sofreu com o fechamento de lojas e demissões na pandemia, concorrência com as vendas online e, mais recentemente, com o cenário de juros altos (que escancarou os problemas financeiros de muitas companhias mundo afora).

A empresa já chegou a ter 1.500 lojas, mas vinha fechando centenas de unidades nos últimos anos. Em fevereiro, a Bed Bath anunciou um último plano de reduzir as lojas para 360 nos EUA, além de 120 lojas restantes de itens para bebês, da rede BuyBuy Baby.

Além da pandemia e da situação financeira global, a empresa também viveu turbulências internamente com trocas consecutivas de comandos, chegando a ter vários CEOs nos últimos cinco anos e uma série de estratégias que pouco engrenaram.

Nos EUA, a Bed Bath era conhecida historicamente por uma política de promoções e cupons. Um dos CEOs recentes, Mark Tritton, que assumiu em 2019, tentou ainda implementar uma política de marcas próprias, em detrimento de rótulos famosos antes vendidos na promoção pela Bed Bath - mas a guinada foi rejeitada pelos consumidores, piorando as vendas.

Além do esgotamento do modelo, a concorrência com vendas digitais, como da Amazon, que aumentou a entrada em mercados de itens domésticos vendidos pela Bed Bath, ajudou a pressionar as margens.

Acompanhe tudo sobre:VarejoCrises em empresasEstados Unidos (EUA)Falências

Mais de Invest

Banco Central comunica vazamento de dados de clientes da Caixa

Quais são os seis tipos de dólar que existem?

Data-com Taesa: veja até quando investir para receber os proventos

Trump não deverá frear o crescimento da China, diz economista-chefe do Santander