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BCE sobe juro em 0,5 p.p. e prevê inflação mais alta na Europa neste e nos próximos anos

Banco Central Europeu espera por desaceleração da atividade econômica nos próximos anos; projeção de crescimento para o ano que vem foi revisada para baixo

Christine Lagarde, presidente do BCE (Mark Wilson/Getty Images)

Christine Lagarde, presidente do BCE (Mark Wilson/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de dezembro de 2022 às 11h16.

Última atualização em 15 de dezembro de 2022 às 11h24.

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu nesta quinta-feira, 15, elevar suas taxas de juros em 50 pontos-base, após uma "substancial revisão em alta para a perspectiva na inflação" na zona do euro. Além disso, afirmou em comunicado que pretende subir mais os juros, até atingir níveis "suficientemente restritivos para com o tempo reduzir a inflação ao conter as expectativas da demanda". Diz ainda que as decisões continuarão a depender dos dados, tomadas a cada reunião.

A taxa de refinanciamento avançará de 2,00% a 2,50%, a de depósito de 1,50% para 2,00% e a de empréstimos, de 2,25% a 2 75%. O conselho do BCE espera elevar mais os juros, com a inflação ainda "muito elevada", bem acima da meta.

BCE prevê inflação mais alta na Europa

O BCE elevou as projeções da entidade para a inflação média na zona do euro neste ano, em 2023 e 2024. De acordo com a entidade, a inflação média de 2022 deve ficar em 8,4%, ante 8,1% na última projeção, divulgada em setembro. Para 2023, a inflação média deve ser de 6,3%, ante 5 5% anteriormente, enquanto a previsão para 2024 subiu de 2,3% a 3,4%.

Já em 2025, período incluído pela primeira vez nas projeções, a inflação média será de 2,3%, estima o staff do BCE. Já o núcleo da inflação deve ficar em 3,9% em 2022, 4,2% em 2023 2,8% em 2024 e 2,4% em 2025, acrescentou.

Para o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, o BCE projeta crescimento de 3,4% em 2022, de 3,1% na projeção de setembro. Já em 2023, a economia do bloco subirá 0,5%, abaixo da última estimativa de alta de 0,9%. Para 2024, o BCE espera alta de 1,9% do PIB, mantendo a projeção passada. Por fim, a economia da zona do euro deve crescer 1,8%, prevê a entidade.

Programa de compra de ativos

O conselho do BCE também discutiu nesta quinta princípios para normalizar seu balanço de ativos. A partir de março de 2023, o portfólio do programa de compra de ativos (APP, na sigla em inglês) será reduzido "em um ritmo mensurável e previsível", e não será reinvestido todo o principal dos títulos que vencem, explica o BCE. O recuo será de 15 bilhões de euros ao mês em média, até o fim do segundo trimestre de 2023, e o ritmo subsequente será determinado com o tempo.

Na reunião de fevereiro, os dirigentes do BCE anunciarão parâmetros detalhados para reduzir o estoque no APP. Esse ritmo será ainda reavaliado de forma regular, a fim de garantir que siga consistente com a política monetária em geral e preserve o funcionamento do mercado.

Em relação ao Programa de Compras de Emergência de Pandemia (PEPP, na sigla em inglês), o conselho afirma que pretende reinvestir os pagamentos do principal nos ativos que vencem comprados nesse âmbito até ao menos o fim de 2024. De qualquer modo, a rolagem futura do portfólio do PEPP será gerenciada a fim de evitar interferência na política monetária, acrescenta o comunicado.

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