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BCE pode acelerar compras de títulos para auxiliar crescimento econômico

O aumento dos retornos da dívida do governo na zona do euro pode influenciar o banco a atuar para conter os ganhos

Sede do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt (Ralph Orlowski/Reuters)

Sede do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt (Ralph Orlowski/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de março de 2021 às 08h54.

Última atualização em 6 de março de 2021 às 09h02.

(Bloomberg) O Banco Central Europeu (BCE) deve acelerar o ritmo de compras de ativos de emergência para frear o aumento dos rendimentos dos títulos, o que poderia afetar as perspectivas de crescimento econômico na zona do euro, segundo economistas.

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Essa é a visão da maioria em pesquisa da Bloomberg, segundo a qual mais da metade dos entrevistados espera que o programa de 1,85 trilhão de euros (2,23 trilhões de dólares) seja estendido além do prazo atual de março de 2022. Ao mesmo tempo, apenas 20% projeta outro aumento no tamanho do programa, sugerindo que os movimentos do mercado até agora não mudaram fundamentalmente o cenário econômico.

Várias autoridades monetárias têm descartado a necessidade de ação drástica em meio ao aumento dos retornos da dívida do governo na semana passada, mas também enfatizaram que o BCE está pronto para conter quaisquer ganhos “injustificados”. Por enquanto, não há evidências de que os bancos centrais da região aceleraram as compras. O Conselho do BCE realiza a próxima reunião de política monetária em 11 de março.

“O BCE expressará seu desconforto com o aumento dos rendimentos dos títulos e destacará sua disposição de usar todos os instrumentos disponíveis”, disse Kristian Toedtmann, economista do DekaBank. “Mas, provavelmente, não será específico.”

Quando o BCE expandiu o programa da pandemia em dezembro, as autoridades se comprometeram a preservar “condições de financiamento favoráveis”. Esse conceito levou muitos a tentar adivinhar quais indicadores o BCE está de olho e se o recente aumento dos rendimentos nominais dos títulos representa uma preocupação.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, pode dar algumas pistas na próxima semana, depois de pedir à equipe em janeiro para estudar diferentes maneiras de analisar os custos de financiamento. Quase 65% dos economistas que responderam à pergunta dizem que a resposta do BCE para rendimentos mais altos seriam compras mais rápidas, enquanto alguns preveem que o banco central buscaria intervenções verbais primeiro.

Aproximadamente 40% dos entrevistados acreditam que o BCE vai gastar todo o valor alocado ao programa ou parar de comprar antes de atingir o limite. A estimativa mediana para as compras totais caso a instituição pare antes é de 1,6 trilhão de euros.

A maioria dos que preveem uma extensão espera que seja por três meses. Sem um aumento do programa, isso só permitiria compras líquidas semanais de menos de 15 bilhões de euros frente a uma média de 18 bilhões de euros até agora.

 

 

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